A PREFERÊNCIA SEXUAL E O PRECONCEITO

“Doutor: sou negro, sou pobre, sou Gay e tenho Aids” (Desabafo de um doente na enfermaria de um hospital público)

Trabalhei muitos anos em um hospital atendendo pacientes portadores de HIV, muitos deles homossexuais. A convivência apesar de sofrida foi muito proveitosa, pois esses doentes tornaram-me mais compreensivo e menos preconceituoso, enfim Mais Humano. Daí, estou aproveitando a oportunidade para escrever algumas linhas sobre esse triste dilema: o PRECONCEITO. As religiões judaicas e cristãs de modo geral condenam o homossexualismo, tanto masculino como feminino. Entretanto, as afro-brasileiras, como candomblé não discriminam os indivíduos com tendências homossexuais, visto ter um Santo protetor dos homossexuais (Oxossi), que no sincretismo religioso corresponderia a S. Sebastião, santo guerreiro da igreja católica (LUIZ MOTT- professor de Antropologia na Universidade Federal da Bahia). Notadamente, uma visão mais realista do mundo em que vivemos.

Interessante notar, que hábitos sexuais em nossa cultura parece ser uma questão política de relevância. Nota-se que o comportamento heterossexual é estimulado enfaticamente em países capitalistas. Tal prática deve-se em parte, porque os operários casados que tem filhos são mais dóceis e trabalham sem re-vindicar melhores salários, com medo de deixar os filhos desamparados, em caso de desemprego. Por outro lado, na antiguidade, os espartanos estimulavam a relação homossexual entre os guerreiros. Pois, como guerreava aos pares, um procurava defender ferozmente seu parceiro durante os combates. Obviamente, a proteção era maior, quando esses fossem também, seu parceiro sexual (www.webartigos.com/.../1/.../pagina1.html)

O ser humano deve ser visto integralmente, pois temos gente boa e ruim, independente da preferência sexual. Vejo com tristeza a forma que essas pessoas são tratadas em nossa cultura. Na natureza, o normal é o acasalamento heterossexual, mas alguns animais preferem a relação homossexual, como entre os humanos. Entretanto, a promiscuidade atenta contra a moral e os bons costumes e deve ser combatida, independente da preferência sexual. O uso de hormônios para ficar parecido com o sexo oposto, não é um hábito salutar e podem aumentar as práticas xenófobas. Da mesma forma, não se deve aprovar homossexuais que assumem uma postura heterossexual, casando-se com indivíduos do sexo oposto, trazendo infelicidade para seu cônjuge.

Com tristeza, vejo famílias abandonar seus filhos quando descobrem a sua homossexualidade. Como também a grande discriminação que esses indivíduos estão sujeitos em seus ambientes escolares e de trabalho. Também, na televisão, o modo abusivo que os apresentadores referem-se aos homossexuais, principalmente nos programas humorísticos. Todo ser humano deve ter os seus direitos respeitados, sejam eles de natureza religiosa, cultural ou mesmo sexual. Acho que o caminho para vencer a discriminação, inicia-se pela demonstração que os adeptos de práticas homossexuais são cidadãos ativos, sendo capazes de desenvolver qualquer função com a mesma desenvoltura do que outro indivíduo heterossexual. Portanto, devem ser respeitados. Para isso devem aparecer mais no sentido positivo, mostrando a sua real competência na sociedade.

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 25/01/2011
Reeditado em 05/03/2011
Código do texto: T2751722
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