O valor de um alfinete!
 
Gosto tanto de alfinetes que você nem imagina.
Antigamente não gostava muito, mas em duas ocasiões ele me salvou, e daí em diante passei a amá-los e a trazer sempre alguns comigo.
Falo dos alfinetinhos de cabeça bem simples, sem essas bolinhas coloridas da foto.
Quando era adolescente tive um namorado que adorava me azucrinar tentando ultrapassar os “limites” do que meus pais me ensinaram, da ladainha que gravaram no meu cerebrinho loiro!
Ele sempre me puxava para ele pelos ombros.
Pois bem,eu tinha um vestido onde as alças do soutien teimavam em aparecer então prendi as alças dele no vestido com um alfinetinho...
Juro que não foi de caso pensado...
Não deu outra, quando ele passou o braço por cima de meu ombro para me puxar para junto dele, sentiu a picada e puxou o braço...
Fez um corte no antebraço, sangrou bastante, fiquei morrendo de pena, muito solicita fiz curativo, dei beijinhos no machucado, pedi desculpas etc etc. Logo depois rompemos o namoro e não foi por causa do machucado.
Mas daí...
Eureka!
Descobri o valor de um alfinete!
Muitos anos depois soube que ele estava doente, e sofrendo muito, imediatamente lhe telefonei.
Ele não se lembrava do meu nome, então pedi a ele para ver se tinha uma cicatriz no antebraço direito causado por um alfinetinho...
Ele começou a rir e me reconheceu imediatamente, ficou muito feliz, pediu para que eu fosse visitá-lo, tinha saudades de mim, queria saber da minha vida,mas com a recomendação de que eu não usasse alfinetes. Eu fui...
Não demonstrei meu pesar, mas ele não era nem a sombra do rapaz que fora e do qual me lembrava, a doença o aniquilara.
Me abraçou carinhosamente e agradeceu os momentos lindos que passamos, rimos bastante nos lembrando dos fatos que vivemos juntos, me mostrou a marca do ferimento, estava quase invisível.
Ele disse que eu o tinha carimbado por toda a vida e talvez até para depois dela...
Me despedi segurando as lágrimas, sabia que nunca mais o veria, saí de lá aos prantos, logo depois ele faleceu.
Veja como o alfinete é importante principalmente para as mulheres...
Em outra ocasião, durante um baile de carnaval, eu e meu marido nos divertíamos juntamente com alguns amigos...
Quando sem mais nem menos uma “sirigaita” se aproximou de nós e começou a se exibir na frente do nosso amigo e do meu marido, estava quase nua, rebolava como uma alucinada e ria escandalosamente provocando os dois, eles sem jeito não sabiam mais o que fazer...
Eu não aceito certas coisas, acha que eu ia deixar alguém acabar com a minha alegria e a da minha amiga???  Jamais...
Ahhh, safada espera um pouco que já sossego seu “facho!”
Não pensei duas vezes, bem quietinha abri minha bolsa escolhi detalhadamente o maior alfinete que tinha, o escondi na mão e fui dançar ao lado dela...
Quandoa“sambistográfica” (sambista+pornográfica) estava se acabando no rebolado, e eu demonstrando a maior animação ao seu lado, disfarçadamente enfiei meu pé entre os da “moça”, ao mesmo tempo que enfiei o alfinete com toda força na bunda dela.
Foi um prazer vê-la cair como um saco de batatas com os olhos arregalados, ainda no chão, esfregava o bundona... Que vexame!
Me segurei para não rir, mas muito prestativa a socorri, ajudei a “coisa” se levantar, pedi mil desculpas por ter “tropeçado” nela. Para arrematar tentei lhe servir um copo de bebida. Assustada ela agradeceu, disse que não precisava que estava tudo bem e em meio segundo desapareceu...  
O resto da noite foi muito boa, mas meu marido me olhava desconfiado...
Sou especialista em fazer carinha de anjo... Disfarcei...
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Agora vou lhes dar um conselho, mas tome cuidado, só faça se não tiver medo da morte!
Presta bem atenção, se no metrô, ônibus, trem, ou em outro lugar qualquer alguém te aborrecer, te “espremendo”, ou se assanhando para seu par, disfarce e  “na moita” enfia alfinete nele(a), onde pegar, pegou!
Atenção: Socorra a vítima...
Importante, não se esqueça de pedir desculpas depois que escutar o grito... Isso se ele (a) te olhar querendo te matar!
Caso contrário fique bem quietinha fazendo aquele tipo, “oh, onde estou” / “está tudo tão estranho”/ “estou chegando agora”...
Em qualquer situação faça sempre carinha de anjo (convém treinar em casa) piscando bem de leve, virando a sua cabecinha maligna de lado e dando o sorriso mais  meigo que puder...
Boa sorte, e seja o que Deus quiser...
 
Entendeu agora meu amor pelos alfinetes?
 
 
M.H.P.M.