Na contramão das enchentes

A seca é outra calamidade destruidora tão nefasta quanto as enchentes.

No brasil, durante séculos, vem ela dominando vasta área de seu território, especialmente o Nordeste. Quase sempre duram as secas de cinco a seis meses, castigando duramente o sertão, embora o sertanejo suporte, resignado, sempre na expectativa de que as chuvas venham um dia.

Entretanto, elas falham muitas vezes e nenhuma gota de água umedece aquele solo ressequido. Começa então a grande tragedia: desaparecem as plantações, morre a vegetação natural, secam as "cacimbas", caem mortos de fome e de sede os pobres animais e o homem abandona suas terras, em busca de regiões onde o flagelo não se tenha feito sentir, tão asperamente.

A maior parte dos rios do Nordeste são temporários, pois, durante as secas, seus leitos tornam-se estradas e o líquido desaparece como por encanto. A paisagem vegetal típica é a caatinga, formada de árvores tortuosas, ou arbustos espinhentos de galhos esqueléticos e sem folhas.

Em 1909, criou-se a Inspetoria Federal de obras contra as secas, que começou a formular um plano destinado a minorar os efeitos do flagelo ...

... e que pelo que vemos, até hoje ...

Os açudes começaram a ser contruídos com as águas dos rios temporários, represadas nos pontos mais estreitos de suas bacias e assim é que em 1957, já havia 549 açudes, sendo hoje os mais importantes: "Orós", "General Sampaio", "Curema", etc.

Todos os governos, que já tem tido o Brasil, encontram dificuldade, quando se trata de tomar medidas contra as desastrosas secas do Nordeste. O mesmo não ocorre quando os governantes tratam de beneficiar a si mesmos... A falta de recursos financeiros e o território imenso, com uma complexidade enorme de problemas, fazem com que o da seca continue praticamente insolúvel.

Pedro Gonzalez
Enviado por Pedro Gonzalez em 31/01/2011
Reeditado em 31/01/2011
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