Eu era feliz e não sabia

Ouve um tempo a muito tempo que eu era feliz e não sabia. Avesso as dificuldades dos adultos que as duras penas, dançavam conforme a musica; E a valsa literalmente executada pela famigerada banda marcial, regida pelo maestro mor, aquele general da banda e ai daqueles que saíssem do ritmo com certeza seriam excluídos daquele "Forró ditatorial."

E eu, na inocência da minha meninice, fui desbravando aquele meu pequeno e agitado mundo, onde um pequeno jardim e um pomar transformavam-se em uma imensa e assustadora floresta; E com aquele meu olhar pequeno e matreiro carregado de astúcia e coragem, viajava literalmente na história, saia em busca do rio flamejante onde corria ouro, ou atrás da cidade perdida de Deneda bem aos moldes dos meus heróis infantis.

Junto com outros coleguinhas fazíamos nossas historias, com roteiro, cenário, personagens tudo como mandava nossa fértil imaginação e que naturalmente, pra chegar ao fim da historia havia entreveros, discordância e até alguns sopapos dos mais exaltados e então o grupo se reunia e decidia o destino dos brigões que geralmente eram expulsos e ficavam longos e demorados vinte ou trinta minutos fora da brincadeira e por vezes uma discordância geral e acabava a brincadeira.

Más sem opção, pois na época não tínhamos TV que era um distante sonho de consumo, vídeo game e computador nem em sonho se especulava a não ser em nossas viagens intergalácticas com nossa nave espacial C.O.I.S.A IV e aos poucos íamos nos juntando jurando a paz eterna até o próximo desentendimento.

Fazíamos viagens esplendorosas até o centro da terra, ou submarinas, pelos sete mares éramos náufragos em busca de socorro, com nossos próprios códigos de conduta, a inspiração vinha da banca do Zé leite, não tínhamos dinheiro para comprar as revistas então para não dar na vista que estávamos lendo a revista ia um de cada vez e lia algumas paginas depois nos reuníamos e cada um contava a historia do seu jeito, era uma festa.

Tínhamos o nosso clube do bolinha, namorávamos muitas garotas pena que elas não sabiam jogávamos futebol e tínhamos dois estádios, o campo do bumbo e o parados futebol clube estádio fechado com tudo que tinha direito, quando o Junior não ia não tinha jogo era o craque? Não! Era o dono da bola tanta saudades me traz essas lembranças pena que o relógio do tempo não parou.

Formamo-nos homens, forjados pelas veredas da vida, criados soltos sem medos nem preconceitos onde o importante era ser feliz. Vai saudade matreira, vai pra bem longe buscar, traz-me esse tempo de volta alivia esse meu penar.

Kduborges
Enviado por Kduborges em 31/01/2011
Código do texto: T2764192
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