As belezas das coisas simples.

Era meu vizinho e colega de escola nos tempos de ginásio. Éramos muito diferentes um do outro, ele era bonito prá cacete, inteligente prá cacete e gostava de estudar prá cacete.

Desenhava a lápis com perfeição, desenhava com uma facilidade de impressionar a qualquer pessoa. Poderia ter todas as menininhas do colégio, mais só teve uma. Namorados adolescentes casados até os dias de hoje.

Tinha um sonho, certamente tinha vários, mas esse ele contava para todo mundo. Carreira militar. Na primeira tentativa foi aprovado para a AMAN, Academia militar das Agulhas Negras. Gente que faz a diferença. Tem sua meta definida e nada a desviará do caminho.

Entrou uma coisa perdida em minha sala hoje de manhã, para minha surpresa não era uma bala perdida, era uma borboleta das grandes. Naquele seu voar inserto ou curioso, vasculhou esse espaço de meu cantinho, e finalmente se tomou de carinhos por uma das fotos de minha filha.

Eu sentadinho na minha cadeira de pensar estava pensando em minhas saudades, e foi justamente a voadora desestabilizada que me fez lembrar aquele amigo que não vejo há décadas.

O tema da redação era: O QUE DIRIA A BORBOLETA A SEU CAÇADOR? Mínimo de 30 linhas escritas.

Única nota dez da classe foi desse amigo. Ele com sua bela grafia escreveu repetidamente: Não me mate, não me mate, não me mate, não me mate....................................................>







 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 05/02/2011
Reeditado em 06/10/2011
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