O que eu estou fazendo???

Pergunte-se sempre que você fizer algo com alguém que não pode manifestar sua opinião, como uma criança. Não podemos simplesmente resolver que profissão ela terá, que preferências ela vai “ter” etc.

Eu estava assistindo Raul Gil sábado, a parte que as crianças estão se apresentando e fiquei indignada. Um menino que não tem 10 anos ainda com 2 argolas na orelha esquerda, cabelo moicano com um tubo inteiro de gel, roupinha brilhante para imitar um “tal” “cantor” baiano (mais um....afff.) que canta uma música que possui uma única palavra (rss..), repete a mesma palavra até o final rebolando sem parar. Tudo bem que se fosse um adolescente com seus 15 anos, e a idéia tivesse partido dele mesmo eu nem daria tanta importância (desde que não fosse meu filho, claro, rss..). Uma criança como essa que estava se apresentando não colocou as argolas na orelha sozinho, nem tão pouco foi a um local colocar, ninguém colocaria se não houvesse prévia autorização dos responsáveis pelo menor, por acaso ele foi sozinho às lojas escolher aquele traje espalhafatoso? Será que foi ele quem penteou o cabelinho daquele jeito? Então me digam por favor: porque os pais fazem isso com a criança??? Porque submeter um menor a esse “espetáculo”? Eu sei a resposta: fama, dinheiro, celebridade, dinheiro, dinheiro.....

São esses os novos valores? Os valores do nosso século? Eu fantasiar meu filho(a) e investir nele como se fosse minha tábua de salvação, como se fosse uma projeção do que eu queria ser e não pude ou não tive “coragem”? Expor meu filho(a) a isso é como se eu não possuísse nem um valor a não ser um único: valor monetário.

Pobre geração, pobre educação. Não peço desculpas aos que estão lendo meu texto e que não concordam. Escrevo minha opinião, não pretendo ter fãs, adeptos e nem formar uma organização contra esses pais que usam seus filhos para ganhar dinheiro, não é essa minha intenção e sim simplesmente expor minha opinião.

Fiquei imaginando quanto tempo essa criança gasta ensaiando uma coreografia (muitas vezes pornográfica), quanto tempo se enfeitando, decorando frases feitas: “auditório lindo”, “esse auditório é o mais bonito do Brasil”, etc...

Pobre cultura, pobres conceitos. É realmente isso que queremos para um filho?

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 06/02/2011
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