O TERCEIRO CAMINHO

Muito se tem discutido aqui em Pernambuco e até em outros estados de maior população eleitoral, que quando das eleições majoritárias, seja para Governador, seja para Prefeito, apresentam-se apenas dois candidatos com densidade eleitoral, fazendo o pleito ficar polarizado e sem maiores opções para o eleitor.

Temos aqui como exemplo, os pleitos de 1986: Miguel Arraes de Alencar e José Múcio Monteiro; 1990: Joaquim Francisco e Jarbas Vasconcelos; 1994: Miguel Arraes e Gustavo Krause; 1998: Jarbas Vasconcelos e Miguel Arraes e 2002: Jarbas Vasconcelos e Huberto Costa.

Na eleição atual, cujo pleito do segundo turno se dará no dia 29 deste mês, essa situação mudou. Apareceu essa propalada terceira via. Apareceu a oportunidade para o eleitor ter uma terceira opção na hora de se manifestar. Fato que vem acalhar com o amadurecimento da democracia. Apenas uma coisa bastante curiosa aconteceu: o candidato Eduardo Campos que hoje se apresenta para disputar o segundo turno com o governador Mendonça Filho, apresentava-se como essa terceira opção, esse terceiro caminho. Nas primeiras pesquisas realizadas o mesmo aparecia sempre como o último colocado. Parecia até um caminho estreito, que poderia, inclusive, levar o pleito novamente a uma polarização entre Mendonça e Humberto. Mas o candidato Humberto Costa, talvês por ironia do seu próprio destino, foi ferrado por um bichinho chamado: não sei se “minhoca ou sanguessuga”, o fato é que adoeceu e suas chances foram de água abaixo. Por outro lado, um erro de estratégia do candidato Mendonça, que se preocupou demais com Humberto e deixou o campo aberto para Eduardo, esse não se fez de rogado, aproveitou. E a cada nova pesquisa que se fazia, esse subia mais que o Zepellin e o resultado ta aí. Disputará a final com o governador Mendonça em igualdade de condições.

De qualquer forma, não se pode reclamar. A oportunidade do terceiro caminho foi dada. Se Humberto Costa não foi competente não é problema do eleitor que, aliás, lhe deu um milhão de votos. Resta agora, esperar que o eleitor pernambucano seja suficientemente competente para escolher entre os dois finalistas, o que tem a melhor proposta para o desenvolvimento do Estado. Que Deus nos ajude para escolher o melhor caminho entre os dois que sobraram.

                                           Lima / out/2006

Ops.: texto publicado pelo Jornal Gazeta de Pernambuco / out/2006

limavitoria
Enviado por limavitoria em 30/10/2006
Reeditado em 07/11/2006
Código do texto: T277649