E quando o limão não vira limonada ???

Sem dúvida alguma, entre os ditados populares mais conhecidos está aquele que diz: “Se a vida lhe der um limão, faça dele uma limonada”. Esse ditado é sempre utilizado por pessoas que conseguiram superar fases e situações de extrema dificuldade.

Existem várias situações difíceis e acontecimentos ruins que todo ser humano está sujeito a passar, tais como: (1) a morte de um amigo ou familiar, (2) a perda de um emprego, (3) a traição, (4) a separação conjugal e (5) a aquisição de uma doença grave. Independente da classe social, da situação econômica e do nível de instrução escolar, toda pessoa pode enfrentar qualquer uma dessas “provações da vida”, ou seja, qualquer um de nós “pode receber da vida um limão”.

Com certeza, a grande maioria de nós já passou ou conhece alguém que esteve/ está numa fase “azeda da vida”. E, além disso, todos nós sabemos que não é nada fácil pegar esse “limão” e fazer dele uma “limonada”.

Recentemente, todo o país esteve vivendo intensamente o mais importante momento de uma democracia – as eleições.

Aqui no Tocantins, todos nós pudemos ver algo que ninguém jamais havia imaginado que ocorreria!!! Mesmo que alguém não goste dele, todos nós temos que admitir que o ex-governador José Wilson Siqueira Campos é a personalidade mais marcante na história do Tocantins. Na verdade, quando se fala no Tocantins é praticamente impossível não falar em Siqueira Campos, pois a própria história de vida dele se confunde com a história de nosso Estado.

Ele exerceu o cargo de Deputado por quatro mandatos, sempre lutando pela separação administrativa e política do então norte de Goiás. Em 1988, foi então criado o Estado do Tocantins, onde Siqueira Campos esteve por 10 anos no poder, como Governador. Para muitos, a história de Siqueira Campos é um exemplo de sonhos, conquistas e realizações. Ele, em seus mais de 40 anos de vida política, não conhecia nenhuma derrota nas urnas. Durante toda vida, o ex-governador só havia vivenciado vitórias. De forma que, ninguém poderia imaginar o fim melancólico que viria ocorrer.

Após ser abandonado, por seus antigos aliados, Siqueira Campos resolve, mais uma vez, sair candidato ao governo do Tocantins. Na época, muitos comentaram que era um risco desnecessário, para quem possuía uma carreira tão brilhante, ser derrotado por um ex-discípulo. Correr esse risco, sem dúvida alguma, era algo desnecessário para ele.

Mas o destino foi tão cruel com Siqueira Campos que, vários dias antes das eleições, as pesquisas já mostravam sua derrota nas urnas. E, além disso, ele não pôde fazer o fechamento de sua campanha com um último comício em Palmas, pois um acidente acabou por hospitalizá-lo, juntamente com parte de sua equipe.

Após aquele fatídico acontecimento, quatro teorias surgiram para explicar o fato. A primeira dizia que alguns adversários políticos haviam planejado o acidente, ou seja, aquilo se tratava de “um atentado contra a vida do ex-governador”. A segunda, que se opunha a primeira, falava que o acidente se tratava de “uma jogada política desesperada” para chamar atenção do eleitor. De acordo com a terceira teoria, o acontecido seria um castigo divino. E na quarta e última (e talvez a mais sensata !!!), tudo aquilo não passava de uma fatalidade.

A explicação para esse acidente, sem dúvida alguma, ficará a encargo dos órgãos competentes. Mas que todos devem concordar que esse fim melancólico e trágico para a maior personalidade do Tocantins, sem dúvida alguma, é um exemplo para todos nós. Essa “fase azeda”, na qual se encontra o ex-governador e sua equipe, certamente deve servir como um momento de reflexão para cada um de nós, pois conforme diz um outro ditado popular: “O sábio não erra muito, pois ele aprende observando os erros dos outros”.

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Publicado no Jornal Chico, edição n. 22, p. 11, de 15/10/2006. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 31/10/2006
Reeditado em 25/11/2011
Código do texto: T278251
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