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POLÍTICOS NA CONTRAMÃO DO BRASIL

 
Vira e mexe encontro-me falando com os alunos e amigos, sobre a questão social nos governos brasileiros.
Os governos sejam eles: municipais, estaduais ou federais, falam da questão social, como se esta fosse apenas o déficit de alimento, a carência alimentar. Daí o cheque cidadão, a bolsa família, a bolsa escola... Todos estes programas são atrelados de certa forma a imagem da fome, nos locais dos menos favorecidos.
Eu vejo, no entanto, que a questão social vai muito além dos programas ditos sociais pelos nossos representantes.
Os governos falam em promover a educação, mas nada fazem para envolver o povo brasileiro nesta questão tão premente.
A questão social brasileira passa pela educação, saúde, moradia, saneamento básico, adequação do homem à terra, condições de trabalhos: indústria, comercio, serviços e programas de apoio ao homem do campo, em cada região deste nosso país.
Uma das mais graves questões sociais é a educação. Esta passa por um descrédito sem precedente na sua história. As Escolas técnicas, sejam estas Federais ou Estaduais, passam por dificuldades de estrutura, pessoal e materiais para o ensino.
Os professores não fazem reciclagem há muito tempo, a não ser que tirem parte dos seus ganhos para investirem em cursos de atualização. É preciso muito amor a profissão do ensino, para auto qualificar-se, sem a ajuda dos governantes.
Acabamos de ver através da mídia, por meio de gestores empresariais, que faltam técnicos qualificados, faltam profissionais com especializações para as áreas industriais, do comercio e de serviços.
O terminal de SUAPE Comercio e Navegação Ltda, no Recife, Precisou buscar do outro lado do mundo (Japão), 100 profissionais de soldagem, para compor o seu quadro de serviço em solda. Enquanto isso, aqui no Brasil, principalmente no estado do Rio de Janeiro, desativa-se as escolas profissionalizantes nesta área. São os políticos brasileiros andando na contra mão do desenvolvimento social na área de educação em tecnologia.
Há professores qualificados para tal, o que não há é o empenho dos nossos governos para programar as mudanças necessárias as qualificações que o mercado tanto necessita.
Quando os nossos mandatários descobrirem, que a educação, juntamente com as demais vertentes de mudança da condição social, estiver em plena carga, verão que o Brasil alcançará o auge da modernidade. Ai sim, a mudança na questão social, estaria sendo levada a bom termo.
A política social em qualquer governo há que passar por todos estes indicativos, sob ameaça de ser caracterizada como uma falsa ação social, como disfarce para interesses escusos.
Betinho cunhou bem a frase “quem tem fome tem pressa”; não só a fome de alimento, mas a fome do saber, da moradia, da saúde, do trabalho, do saneamento básico e outros.
O homem sem o estudo, sem o conhecimento, não pode ascender posições melhores na sociedade. Este não poderá também fazer com que seus filhos alcancem patamares mais altos, em uma sociedade de tanta competitividade.
Que bom seria se os governos parassem com a politicagem, e realmente fizessem políticas sociais adequadas, para a formação de cidadãos preparados para à vida; em qualquer área; urbana ou rural; por certo não teríamos tantos espertos, usando da ingenuidade dos despreparados.
O povo precisa acordar; sair da letargia em que vive e exigir o que é seu, o que os governos não lhes oferecem: o conhecimento, a aprendizagem, o meio pelo qual vivam em total independência das migalhas, disfarçadas de programas sociais.
Tenho orgulho de ser brasileiro e viver as custa do que consegui ser, sem interferência de ninguém; apenas da minha vontade, do querer ser e do querer aprender sempre. Sou, aprendi e continuarei a aprender com os meus pares brasileiros e outros pelo mundo afora.
 
                      Rio, 18/02/2011
                    Feitosa dos Santos