A MORTE NÃO MATA NINGUÉM

José Ribeiro de Oliveira

A morte não mata ninguém! A vida que que abandona a gente. É verdade! De todos os mistérios do Criador, a morte é o mais enigmático fenômeno da vida. Da vida?.... Sim, da vida, pois ela faz parte de todo o ciclo da vida de tudo que nasce. Só quem não nasce não morre, justamente porque não viveu. A morte é um fenômeno revolucionário na vida de tudo que pode existir. Mas a morte é um fenômeno inofensivo. Só aparece quando não há mais vida. Como tal, é mesmo mais misteriosa do que a própria vida. Embora seja impossível não morrer, sabemos que a vida pode ser manipulada, alongada por algum tempo a mais, seja pelos cuidados com ela: o "modus vivendi", seja pelo avançado conhecimento da ciência. De outro lado, a vida também pode ser desenvolvida com a participação humana. Até mesmo desconsiderando a produção natural, criá-la a partir de métodos artificiais, empregando a natureza apenas para desenvolvê-la (fecundação "in vitro"). Além da morte da pessoa natural, há uma obviedade incontestável de que tudo que nasce morre. Assim, as ideias, as concepções, os preconceitos, o mal (este apenas adoece), a esperança (embora sendo a derradeira), as angustias, os sofrimentos, ou seja, tudo no mundo, seja bom ou ruim, um dia morrerá. Que maravilhoso isso não?! Que fantástica e revolucionária é a morte, que sem discriminação acolhe a todos! Acolheu Adolf Hitler, Mussolini, Saddan, a ditadura em alguns países, a ignorância de alguns sobre o Poder de Deus; Outras coisas e outros seres estão sendo acolhidos pela morte a cada dia e dando lugar a uma nova ordem, uma renovação, enfim, a morte é uma esperança a todos que vivem. Mas o misterioso fenômeno da morte é a sua irreversibilidade. Quem a criou dispensou toda a arte e genialidade indecifrável. Não há, portanto, um fenômeno mais enigmático que a morte. E isto se dá exatamente com relação ao outro pólo do fenômeno, a vida. Não é possível descobrir o que é a vida e onde ela se encontra no ser. Estaria no coração, nos pulmões, no fígado, no sangue, no cérebro? Não se sabe. Certo é que, todos esses órgãos podem ser substituídos e não restituirá a vida. Noutras hipóteses, todos podem está presentes e a vida se vai. A ciência declarou que a vida está no cérebro, Ora, se um indivíduo sofrer um acidente e perder parte do cérebro, poderá ter apenas uma deficiência neurologia e sobreviver. Basta que alguns neurônios importantes não percam a conexidade e continuem sendo irrigados para que permita a vida. Entretanto, se todos param por um tempo curto, a vida natural pode desaparecer. Se isto acontecer, é o fim. Mas o que é a vida se todos os órgãos do corpo podem ser substituídos e ela não se restaura? É que isto já é a morte, indecifrável, irreversível, misteriosa e fantástica. Ela, a morte, mesmo assim, não se opõe à vida, pelo contrário, só chega e só se instala depois que vida não mais há. Neste ponto, ela é honesta e democrática, não disputa com a vida. E ao contrário desta, é extremamente rápida e indolor. Se houver dor, é porque ainda há vida. A morte não causa sofrimento, ao contrário, faz cessar. Todos os sofrimentos e angustias na vida, são coisas da própria vida, que nenhuma contribuição tem com a morte. Ao contrário, a morte encerra tudo, tudo, tudo... Impressionante não? Que pena que não teremos prazer em conhecê-la, já que ela nunca vem enquanto vivemos.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 20/02/2011
Reeditado em 26/02/2011
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