AS MULHERES DO RIO

AS MULHERES DO RIO

Assisti maravilhado, aos jogos decisivos entre Unilever e São Caetano, pelas semifinais da Liga Feminina de Voley. Como o Unilever, vencedor

das quatro últimas edições do torneio, perdeu o primeiro jogo lá no ABC e sofrendo um revés como há muito tempo não acontecia, as meninas do Rio de Janeiro se transformaram em vingativas guerreiras; em um bando cruel de amazonas ferozes e feridas. Talvez até mesmo por isso, também desprovidas de qualquer sentimento de piedade. No segundo jogo então, com a faca entre os dentes, devolveram os 3x0 sofridos na primeira partida e foram para o terceiro e decisivo embate. Iniciando de forma arrasadora, venceram o primeiro "set", sem levar em consideração, que do outro lado da quadra, estava a melhor jogadora do mundo, na atualidade; a graciosa Sheila. Esqueceram, ou não deram importância, ao fato de que ao lado da Sheila, estava também, outra das maiores das quadras. Uma negra maravilhosa, considerada com todos os méritos, a melhor levantadora brasileira; a talentosíssima Fofão. A fôfa Fofão... E por isto, as amazonas cariocas, foram derrotadas no segundo "set". O ânimo destas "mulheres- maravilha, por este motivo, se tornou maior e as cariocas, magoadas e ainda mais feridas, se fizeram gigantes e retomaram a vantagem, ganhando o terceiro "set". Do outro lado porém, havia também um bando de guerreiras, sedentas pela vitória e que não venderiam barato, uma derrota. Se superando, o São Caetano levou o quarto "set", quase ferindo de morte, as amazonas cariocas. Quase... O quinto e último "set" chegou e com ele a emoção maior. Que espetáculo fantástico foi levado a termo, por dois bandos de lindíssimas lutadoras. Um espetáculo inigualável, de mulheres inigualáveis. Como é possível que mulheres tão belas, sejam tão valentes, tão ferozes, tão impiedosas e tão guerreiras? Como?...

Que peleja sem igual eu vi; de raríssima beleza técnica,

de impressionante beleza plástica e de excitante beleza estética...

Vi uma gigante onipresente, chamada Fabi. Que com seu corpo escultural de mulher desejada, defendia seu campo como um titã, emitindo gritos alucinantes de guerra... Vi a negra e linda Fabiana, com sua beleza de ébano e o seu sorriso gentil, a enviar para o outro lado - paradoxo - petardos destruídores e a nos fazer sonhar, sonhos impossíveis... Vi uma guerreira ruiva chamada Érika, com seu semblante crispado pelo ardor da batalha e com seu olhar de lâminas agudas e de invencível determinação, pelejando... E vi Joicinha, com sua cara sapeca de menina levada e sua alma de guerreira impiedosa e mortal. Cada uma delas me deixando frustrado e invejoso, por não ter nascido rêde, para tocar seus corpos e sentir seus cheiros...

Aquele que não pôde ver, não faz idéia... Eu fui feliz... Eu estava lá... E eu vi...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 20/02/2011
Código do texto: T2804541
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