VIOLÊNCIAS, CURTINHAS FINAIS E CITAÇÕES

Dom Marks Noda, velho e bom amigo, de muitas e boas idéias, de agradáveis momentos compartidos com a gelada cerveja que se bebe na linda Goiânia, das minhas saudades, manda um dramático apelo. Num bem elaborado e-mail clama pelos direitos humanos. Mostra que apenas um só lado da moeda é levado em consideração pelos diversos movimentos e instituições que, dizem, zelar pelos direitos humanos, mas que cuidam apenas dos bandidos. É verdade. Direitos Humanos é o conceito, que entre outros, “considera que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”.

Pois esse conceito foi parar nas Nações Unidas que os tornou uma espécie de lei universal para que todos os países a seguissem em benefício de seus cidadãos. Isso na teoria, porque se fosse praticada não haveria conflitos pelos quatro cantos do mundo. Por sua complexidade, por sua extensa possibilidade de aplicações e interpretações desse conceito, a violação dos direitos humanos é praticada a toda hora em todo o mundo. Daí várias organizações defenderem os direitos humanos dos assassinos e não das vítimas e de seus familiares, como se espera. Penso como Dom Eugênio Salles que disse: “bandido deve ser tratado como bandido.” Entendo que com isso ele quis dizer que depois de preso, julgado e condenado o criminoso deve ser encarcerado sem os privilégios a que tem direto os cidadãos corretos, já que rompeu com a lei agredindo a sociedade, e, assim, por ela estar sendo punido.

O artigo primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU

diz que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

As leis, e essa Declaração, procuram garantir aos seres humanos seus direitos naturais entre eles o de defender-se. Mas defender-se implica em atitudes, muitas vezes, violentas. É claro que para defender-se não precisamos, necessariamente, usar a violência. Todavia esse conceito cristão, inspirador da Declaração dos Direitos Humanos, talvez apenas possa ser compreendido pelos povos do ocidente judaico-cristão. Entretanto não é isso, na prática, o que ocorre na maioria das vezes em países laicos, mas de maioria cristã.

As forças armadas e policiais têm como função a defesa da nação, no primeiro caso e da ordem interna, no segundo. Imaginar que defender a pátria e manter a ordem seja possível sem o mínimo de violência, se não for ingenuidade, será então mera utopia. Não sou a favor da violência, sem dúvida, mas não sei como se deve enfrentar uma agressão física, armada, sem retribuir com igual ou superior dose de força na defesa; infelizmente. Não no caso de um assalto, desses que acontecem a todo o momento em todas as cidades, pois a reação será sempre um grande erro, na maioria das vezes fatal. São muitos os tipos e as formas de violência, todas sórdidas, sem dúvida, mas como classificar a violência praticada por policiais contra policiais, de pais contra filhos, de padres contra fiéis adolescentes, de alunos contra professores, e outras tantas, nessa ordem e em ordem inversa?

Convivemos com a violência desde os primórdios da vida humana na terra. A idéia inicial era a eliminação do oponente, do concorrente; por comida, por território, por uma fêmea. Os heróis da humanidade são conquistadores cruéis, despóticos. Dario, Alexandre, Napoleão, que me lembro agora; vistos de longe. Colombo, Pizarro, em nome dos reinos de Aragão e Castela, depois de expulsarem, da Espanha mouros e judeus, devastaram a América espanhola. E Maias e Azteca, adiantadas e desconhecidas civilizações foram dizimadas. No lado português do continente, Cabral, e os degredados que aqui deixou e os conquistadores que chegaram depois de 50 anos do achamento, subjugaram e assassinaram tupis-guaranis, os donos da terra, que sua vez travavam batalhas sangüentas entre suas tribos rivais.

Defendendo interesses ingleses Brasil, Argentina, e Uruguai arrasaram o Paraguai, mais próspero, mais culto, mais independente; e talvez também por isso.

Praticas de violências se repetem todos os dias em todas as classes sociais e das mais diversas formas e modalidades. Não há como defender a violência, seja ela física, verbal, psicológica, cultural, econômica ou de outras naturezas além das que já existem. Não há porque e nem como aceitar a violência das desigualdades impostas e perpetuadas, como a pobreza e as doenças mantidas pela Ordem Mundial de bancos e de laboratórios farmacêuticos. Mas também não há como combatê-las sem usar a força para, com ela, livrar homens, mulheres e criança dessa escravidão de sempre sem, pelo menos, arranhar a Declaração dos Direitos Humanos.

Na buscar da paz, da justiça e da liberdade haverá sempre um alto preço a ser pago. E aqueles que defendem a garantia de direitos universais sem o uso da violência perceberão então que será preciso usar a força. Lembro agora da inscrição no portal de um quartel militar, por onde passei varias e varias vezes em minha adolescência: “si vis pacem para bellum” uma inscrição latina que significa “ se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Passaram-se muitos anos e várias violências até eu entender que a frase é uma exaltação a paz.

CURTINHAS FINAIS

= Pesquisadores da University Edinburgh Napier, da Inglaterra, chegaram à conclusão que o Facebook deixa as pessoas estressadas. Quanto mais amigos virtuais, mais alto é o grau de ansiedade do indivíduo. Poliandra que vive sob alta tensão comenta: “eu já sabia!”

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= Facebook e Google querem comprar o Twitter.

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= A Editora Planeta vai recorrer da sentença que a obriga pagar R$ 50 mil ao ex ministro Celso Lafer. No livro O Mago editado por ela e escrito por Fernando Moraes, contando a história de Paulo Coelho, o autor acusa Lafer de ser responsável pela derrota do escritor quando concorreu a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

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= Manhattan Connection, saiu do GNT e está agora na GloboNews. Arquibaldo, o Breve, que assiste ao programa desde que o primeiro foi ao ar, só não gosta do clone mal acabado do Paulo Francis.

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= O jornalista Xyco Theophilo manda dizer que há diferentes maneiras de dar a mesma notícia. No Jornal Nacional, a história do Chapeuzinho Vermelho seria assim:

Bonner – “Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...

Fátima - “...mas a atuação de um caçador evitou a tragédia.”

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= Agora podemos confessar nossos pecados sem sair de casa. O confessionario virtual com penitência e perdão já é uma realidade; um paradoxo se é virtual. O Papa não gostou! Mas que já dá pra encomendar reza, já dá. Ligue oração e faça seu pedido. Vulpino Argento, o Demente, espera receber seu Certificado de Ressurreição por e-mail.

CITAÇÕES

= Numa casa sem livros (...) o hábito de leitura dos filhos tende a ser inferior ao da família que possui biblioteca. – Frei Beto

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= O medo tem alguma utilidade. A covardia, não. – Gandhi

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= Quem cita por último cita melhor – Gabriel Perissé

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OS VELHOS NÃO MORREM. APENAS APAGAM-SE COMO UMA CHAMA; DEPOIS DE AQUECER-NOS COM SEU CALOR E DE ILUMINAR-NOS COM SUA LUZ.

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CESAR CABRAL
Enviado por CESAR CABRAL em 21/02/2011
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