TALENTO NÂO È ESTAR LENTO.

TALENTO NÂO É TA LENTO.

Tenho um olho que como perfuratriz atravessa blocos monolíticos do “ conhecimento”, e periscopicamente enxerga onde se pensa nada brotar, e vê. Vejo verdejantes cabeças, vejo ideias ainda não pensadas, e acredito nelas. Gosto do cheiro do novo.

Junto-me a eles.

Como não posso tudo que sei me junto aos jovens que não sabem ainda o que podem.

Nestes meus vôos no universo criativo sob o qual respiro, encontro o novo, em cada experiência nova, a ponto de ser o próprio ar. Gosto do vigor de pessoas pró ativa que assimilam , transpiram, inspiram. O desafio que me cabe abre-lhes possibilidades para os desafios, e esta combinação explosiva, como navegador, dá o rumo, não como destino final, mas como meta, onde “ Navegar é preciso”... Enfim, o pensar e o fazer brotam o Novo.

Lentos pensares embotam qualquer empreendimento, mesmo em nome de um objetivo.

Quando se tenta dar fôrmas para as idéias querendo emparedá-las em aposentos luxuosos, a criatividade limitada ao espaço do “consagrado” já nasce velha, sem forças, passos lentos... Então, justificáveis conceitos apavoram a ousadia, afugentam os rebeldes, abortam o NOVO.

Lentos, lentos nos seus tronos de moral, nem percebem na cegueira e torpor que os cercam, que as mudanças entram-lhes pelas fuças, instalam-se na sala de jantar, nos corpos nus da TV ligada, nos valores renovados dos costumes, na ética nova, ou na nova estética.

Lentos, ainda dançam marchinhas dos velhos carnavais, correm atrás de lambretinhas, chocados com a cor da calcinha da vedete, ou do palavrão do Cavisseu, ou os caquis da Louca.

Estão mesmos lentos, e o novo entra-lhes pelas fuças. Falta de ar?

Pasmos, perplexo com a mente brilhante, inovadora e culta de Parabólica, talento indiscutível. Lentos apelam para toda sorte de preconceitos - rebelde demais para os que se encontram nas fôrmas, inteligente demais para os medianos, aqueles que em nome do “já consagrado”, fecham –se para o inevitável NOVO.

Que dizer de Blues Eyes? Que mente potente, que pensar extravagante de tão sensata que é, de uma instigante inteligência a fazer novos conceitos brotarem do próprio leitor. Cabeças assim, vanguarda de costumes, incomodam. Lentos, chamo isto de talento.

Seguindo o meu olhar sobre o pensar e o fazer, quantas mentes brilhantes explodindo talento. Caliope, com os seus versos penetrantes, cheios de mágicos significados, extrapolando as linhas dos textos. Versejar que emociona, empolga, instiga. Faz a poesia para além dos versos, isto é talento, ó lentos!

Outros nomes que são marcas do comportamento moderno, dinâmicas como os recursos tecnológicos, inovadores e expressivas. Refletem uma safra nova de poetas, e isto chamo talento. Lentos poderia citar outros nomes incontestáveis de criatividade, inteligência, e vigor artístico e neles posso incluir a talentosíssima Cris, Dolce como a música no filme de Feline, a Nancy Takeshi, que muito me tocou lê-la; o Felipe Milianos, inteligente, promissor,; a mística luminosa nos versos de Tipharet, jogando os versos na alma de quem lê; a inteligência perturbadora da Ana Flor do Lácio, e o talento estonteante do humor de Amélia Bedelha, tudo isto, eu chamo de talento. E tem muito mais. Garanto com o meu olhar, e afirmo, todos os que passeiam suas letras na nossa Revista, são indubitavelmente pessoas de grande talento, e asseguro, que assino embaixo.

Bem, ainda lentos? Faltando ar?

TALENTOS SIM.