Nossa que final de semana! Começou na tarde da sexta-feira e estendeu-se até o domingo á noite.
          Ao final da tarde, fomos á praia do Jacaré (não existe mais nenhum), para que minhas amigas conhecessem o famoso pôr do sol do jacaré. Realmente é indescritível. Jacaré  é uma praia fluvial ( uma tal Marly já escreveu aqui sobre ela) cheia de barcos, traineiras e catamarãs. O sol se deita numa cama de mangue verde. Acompanhando tudo isso, um músico dentro de um barco toca num sax, o bolero de Ravel. Pessoalmente não aprecio. Eu adorava o bolero de Ravel, mas de tanto escutar, e, de maneira tão vulgar, massificada, passei a repudiar. E, só o que me passa na cabeça é um desejo louco de acertar o tal músico como nas festinhas de padroeira. Longe de mim matá-lo, apenas me ocorre essa idéia.
         Mal a noite chega, e lá estávamos as três velhotas para encarar uma noite de chorinhos, música da melhor qualidade executada por um grupo de instrumentistas da melhor idade (quem inventou essa barbaridade?) e da melhor qualidade. Casais faziam piruetas no salão, cada qual mais ousado. Ainda arriscamos algumas voltas. Ríamos entre martinis e cervejas. Fomos dormir já pela madrugada, exaustas da aventura.
       Mal o dia amanheceu, acordei as visitas para uma incursão. Fomos de carro até Cabedelo, nosso porto, de lá atravessamos um braço de mar numa enorme balsa. Passamos entre navios, jangadas e lanchas. Parecíamos colegiais em férias. Chegamos á praia de Lucena. Do alto da colina, o mosteiro da Guia, encravado numa montanha colada ao mar. A igreja é ornada com frutas.Dizem que foi uma Sinagoga.

 Em frente, um rústico cemitério nos passava uma paz enorme e uma vontade de viver ávidamente. Sentíamo-nos personagens de um sonho. Depois, entramos no ônibus do mar. Não imaginas que lindo. Ficamos na parte externa do ônibus, apesar das proibições. Valia o perigo. A àgua lambia nossos pés, e respingava nos nossos rostos. Gaivotas davam vôos rasantes. Por toda a margem, mangues. Tudo nos levou ao final de nosso destino: Forte Velho. Um lugar paradisíaco. Nem sei falar de lá.Certamente o lugar mais poético de minha Paraíba. Á tarde voltamos com um gostinho de ter feito parte de um cartão postal.
         No domingo, ao acordar saímos em outra direção. Dessa vez eram as praias do sul. Praia do Amor, do Sol, Coqueirinho, Carapibús, e finalmente nosso destino. Tambaba. Famosa por ser uma praia de nudismo, mas deveria ser por assustar com tanta beleza. Muita cerveja, muito aratú, muito riso e muita poesia...enfim acabava nosso final de semana.