INVENTÁRIO DE AMIGOS

Preservar amigos por toda uma vida é arte, talvez até mito, quimera. De qualquer modo, lá por 2010, desafiei-me a elencar pessoas que muito apreciei ou aprecio e com quem partilhei importantes momentos, especialmente no passado mais remoto. Preciso registrar os nomes, por que, embora hoje distanciados por caprichos existenciais e, talvez, por idiossincrasias, destacaram-se na minha história pessoal, assim como também devo ter-lhes aportado contribuição. Não sei se deveria ter colocado no mesmo nível amizades tão distintas, mas não estou a fazer comparações. O troféu de bom companheiro fica para o Juízo Final. Se misturei companheirismo e amizade é porque acho dificílimo demarcar o espaço de cada um. Listei pessoas com quem já nem privo, que não me convidam para sua casa ou para seus eventos mais importantes e que possivelmente nem saibam que eu me considere amigo deles. Não importa, tudo teve e tem o seu momento; a realidade é dinâmica e o tempo tende a desagregar ou a diluir relacionamentos, por diversos motivos, inclusive sem motivo algum, o que não pode aniquilar a história. Parentes estão excluídos e peço perdão às amigas, elas são muitas, sempre mantive ótimas relações femininas. Quando releio a nominata, certos nomes me surpreendem hoje em dia, pelo que antes já dei uma preliminar: retive bons momentos significativos do passado, mas, com alguns, o convívio, o calor, a afinidade praticamente evaporaram-se no desenrolar do tempo. Não citei alguns outros bons e estimados, mas a lista está fechada desde a data original, senão a coisa viraria um caos, peço escusas. Na verdade, desde 2010, nenhum vínculo antigo ou novo fortaleceu-se a ponto de impor mudança. Culpa recíproca.

Com a finalidade de preservar certa ordem cronológica, relembro a era encantadense: Edinei Abreu Duarte, Paulo Fernando Chanan, Bilaco e Calota Chanan, Antoninho, Alcides Gastão Rostand Prates, Renor Lavratti, Viriato e Jones Pretto, José Pedro Lahude, Roberto Lahude, Zinho, Daltro e Dornelles, Jô, Darlan Conte, Nelson e Nélio Tombini, Luiz Bergamaschi, Mauri Filter, Casemiro.

De Porto Alegre: Eduardo Dutra Aydos, Miguel José Krob Siqueira, Frederico Barbosa, Carlos Alberto Silva, Sérgio Gishcow Pereira, Carlos Tadeu Agrifoglio Vianna, Alcibíades Canteira de Campos, Ricardo Marino, Manlio Tostes Agrifoglio, Heráclito Freitas Valle Correia, Odone Fortis, Luís Carlos Echeverria Piva, Cláudio Rosenberg Treiguer, Vitor Marc Rosário, Ubirajara Loureiro, Trajano Ricardo Monteiro Ribeiro, Luiz Antônio de Sá Brito Domingues, Otávio Dumit Gadret, Carlos Eduardo Shneider Melzer, Ruy Ferreira Borba Filho, Flor Edison da Silva Filho, Antônio Palmeiro da Fontoura, Antônio Janir D’allagnol Junior, Homero Meira, Isaac Ajnhorn, Reginaldo da Luz Pujol, José Antônio Pinheiro Machado, Ivan Pinheiro Machado, "Celsumbas" ou Celso Castro, Henri Cé, Régis Born, Telmo Borba Magadan, Carlos Gianotti, Jesiel de Marco Gomes, Celso Glasenapp, Antônio Tabajara de Araújo, José Ricardo Pinto de Abreu, João Pedro Barros Cassal. De Paris, Gérard Bony. Também em Paris, Wilson Sá Brito. Ainda: Carlos Alberto Allgayer, Bartolomê Borba, Octávio Badui Germano, Isaac Soibelmann Melzer, Fernando Bruno de Carvalho Degrazzia, Augusto Borges Berthier, Paulo Roberto Moglia Thompson Flores, Cláudio Fernando Varnieri, Carlos Frederico Meneghetti Regadas, Áttila Sá d’Oliveira, Cláudio Ryff Moreira, Wlademir de Cenço, Ricardo e Renato Malcon e Almir da Costa Barreto. Vários já falecidos, alguns precocemente, grandes e sentidas perdas. Feito o inventário, não há como não recordar Vinícius de Morais: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”