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DEGRAUS DA VIDA



               Observando o passado longínquo e as várias etapas da vida de muitas pessoas, percebo nitidamente os degraus atingidos dia após dia, com certa semelhança no caminhar de cada um.
              Alguns desses degraus, podem ser meras lembranças, outros, marcas que ficaram e ainda aqueles que ainda nem lembramos mais. Certamente foram como montanhas altas ou baixas a serem escaladas, ou um palco, onde se ensaiaram vários atos, que em ocasião propícia os artistas fizeram rir, extasiar ou chorar a platéia embevecida.
              Muitos voos alçamos ao encontro das realizações bem sucedidas; outros que nos trouxeram de volta a um recomeço, com mais experiências e menos quedas.
             Estes degraus, com certeza contiveram em cada um deles, uma semelhança com aquelas estradas de chão tortuosas, cheia de buracos e pedras, com trechos mais amenos e visualizações de uma paisagem maravilhosa ou nublada.
             São comparações que podemos fazer, não nos esquecendo de perceber que as mágoas, decepções, insucessos, amores desfeitos como fumaça, sentimentos negativos, arquivados no coração por longo tempo, não devem mais fazer parte do nosso exstir.
             Pelo contrário, as lembranças positivas que nos enriqueceram, as pessoas que nos alegraram e sempre estiveram ao nosso lado - mesmo que já não subam os degraus conosco - são as que mais devemos guardar dentro de nós.
             No agora, podemos subir progressivamente nossos degraus com passos mais firmes ou até mais lentos e acreditar que os que restam a galgar, nos poderão trazer mais felicidade se soubermos o jeito de subi-los.
            A serenidade com que os anos nos presentearam, poderá fazer com que evitemos os passos desajustados, mal dados e de consequentes tropeços; fará com que reconheçamos o perdão para aqueles que foram impecílios neste caminho.
            É possível acreditarmos que para nos transformarmos, devemo-nos voltar para dentro de nós mesmos; decidir não sair correndo sobre os degraus que ainda restam, em busca de recompensas físicas ou emocionais exteriores, à custa da nossa calma interior.
            Diante de muitas fragilidades, podemos e devemos renovar sempre as nossas forças e nos aplaudirmos por isto; deixar que os ruídos da mente não nos importunem a consciência, trazendo ao viver outra dimensão, onde a serenidade, o perdão e a tolerância deverão se fazer presentes.
            Talvez ainda faltem muitos degraus para subir na nossa existência, mas não esqueçamos de ter em mente, que acima de tudo está a preservação da nossa essência esculpída por nós mesmos mediante as lições do passado e do presente.