UMA AULA DE “PUTATERAPIA”

“Putaterapia”. É assim que defino o filme estrelado por Debora Secco, intitulado “Bruna Surfistinha”. Em determinado momento do filme, o filme mostra claramente a falta de diálogo nas famílias e, ela, a “Bruna”, que depois virou “Surfistinha”, embora fosse Raquel o nome verdadeiro da autora do livro “O Doce Veneno do Escorpião”, traduzido para 15 idiomas, se transforma mais em uma ouvinte de seus clientes do que uma profissional do sexo.

Não é um filme para ser indicado ao Oscar, mais é um filme que merece ser visto, discutido, analisado, debatido por psicólogos, psicoterapeutas sexuais e outros profissionais do mesmo ramo. Existe sim, uma tremenda falta de diálogo entre as famílias.

“Bruna Surfistinha”, nome adotado por Raquel, vem de uma família de classe média, é descoberta pelo seu irmão adotivo que a chama de “puta” e lhe dá um tapa no rosto, mostrando claramente a sua decepção e revolta pelo que sua irmã adotiva se tornara.

Dentre os seus “clientes”, alguns tinham várias manias estranhas: um queria só ficar mudando a posição dos moveis, outro só queria conversar, daí a expressão que usei de "Putaterapia". Mas todos tinham uma coisa em comum: eram casados e faziam programas com “Bruna” exatamente no horário em que suas esposas estavam cuidando da casa, das crianças ou fazendo nada!

Não sou crítico de cinema, mas o filme merece, sim, uma reflexão sobre a vida a dois. É apenas o retrato do diário da personagem “Bruna”, contando suas aventuras sexuais, sua decadência, seu envolvimento com cocaína. Mas Debora Secco está muito bem no papel. Acho que aprendeu muito com a personagem “Bruna Surfistinha”. Deve ter tirado lições positivas da personagem!

Conforme informa no final do filme, “Bruna Surfistinha”, ou Raquel, vive hoje com seu primeiro cliente que a possuiu, escreveu o livro “O Doce Veneno do Escorpião”, hoje traduzido para 15 idiomas, talvez baseado no que escrevia em seu diário. Abandonou a “profissão” seis meses depois, deve estar rica e nunca mais teve qualquer contato com a família adotiva. Mas o filme é bom!

Não é o que se pode chamar de uma obra prima, mas merece ser visto, analisado, debatido entre os profissionais das chamadas terapias, pois é um filme verdadeiro, baseado em um diário verdadeiro que por muito tempo circulou na internet.

É o que se pode chamar de uma vida sem hipocrisia, sem meias verdades e uma grande terapia de casais!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 06/03/2011
Reeditado em 10/03/2011
Código do texto: T2832090