O dedo do destino.

Olho o meu dedo como se fosse o seu baixo ventre, nele negro, o resto de um hematoma, ao te mostrar pisadura , me diz sorrindo que desaparece com o tempo, cresce a unha o hematoma mingua até nada restar, dolorida lembrança. Fiquei olhando como menino a unha crescer e a mancha negra do teu ventre diminuir, se apequenar, da cutícula viajou a fimbria da unha, mais um corte e terá esvanecido. Apenas você não desaparece do meu pensamento, nunca mais a vi e conto este tempo na fimbria da unha, olhando meu dedo como se fosse o seu baixo ventre.

Carlos Said

*Descoberto entre rascunhos e anotações minhas antigas. Muito antigas

Carlos Said
Enviado por Carlos Said em 08/03/2011
Reeditado em 01/08/2013
Código do texto: T2835518
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