O dedo do destino.
Olho o meu dedo como se fosse o seu baixo ventre, nele negro, o resto de um hematoma, ao te mostrar pisadura , me diz sorrindo que desaparece com o tempo, cresce a unha o hematoma mingua até nada restar, dolorida lembrança. Fiquei olhando como menino a unha crescer e a mancha negra do teu ventre diminuir, se apequenar, da cutícula viajou a fimbria da unha, mais um corte e terá esvanecido. Apenas você não desaparece do meu pensamento, nunca mais a vi e conto este tempo na fimbria da unha, olhando meu dedo como se fosse o seu baixo ventre.
Carlos Said
*Descoberto entre rascunhos e anotações minhas antigas. Muito antigas