MINHA HOMENAGEM ÀS MULHERES...

Qual seria a maior homenagem que uma mulher poderia desejar receber no dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher?

Nunca é demais lembrar que a data teve sua origem nas manifestações das mulheres russas clamando por "Pão e Paz" - por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia na Primeira Grande Guerra Mundial. Essas Manifestações desencadearam a Revolução Russa de 1917.

A ideia para celebração de um dia dedicado às mulheres era também um desejo de americanas e europeias, no começo do século XX. Elas lutavam por melhorias nas condições de trabalho, direito a voto e respeito às suas peculiaridades.

Foi somente em 1975 que a Organização das Nações Unidas – ONU designou aquele ano como o Ano Internacional da Mulher e, dois anos depois, estabeleceu oficialmente o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres e também a luta contra a discriminação e a violência sofridas por muitas mulheres no mundo inteiro.

Será que, passados 36 anos, as mulheres conquistaram o pleno respeito, os direitos individuais e coletivos e as benesses sociais merecidas? Será que a maioria das mulheres se vê aceita sem restrições nos postos de trabalho ou na sociedade de modo geral?

Não. Tenho certeza que não. Sou homem e escuto os meus pares nas rodinhas de bate-papo onde “mulheres não entram”, convenientemente.

A maior homenagem que uma mulher provavelmente gostaria de receber de todos, inclusive das próprias mulheres, começa pelo RESPEITO à sua singularidade e peculiaridades.

Mulher não é homem. Não foi criada para fazer trabalho pesado, pois a sua estrutura biológica precisa estar apta para proteger e carregar, durante nove penosos meses, os novos seres que por meio dela chegam a este mundo. O peso máximo que uma mulher deve transportar portanto é o peso do bebe (ou bebês) que transporta em seu ventre. O trabalho pesado deve ficar para homens e que eles inventem as máquinas para ajudá-los. As mulheres devem fazer o trabalho pesado que sua estrutura física pode suportar - não o mesmo trabalho realizado pelos homens. Seria engraçado ver um homem grávido e depois parindo um bebê. Cada um deve fazer a sua parte, o que a constituição física lhe permite.

Mulheres não devem ser submetidas a pressões psicológicas e profissionais para produzirem trabalho intelectual igual ou superior aos dos homens, principalmente se foram os homens que inventaram aquele trabalho. Provavelmente, se fossem criados por mulheres, aqueles trabalhos teriam uma outra estrutura, uma forma diferenciada e até melhor de serem realizados. Homens pensam e agem como homens, mulheres sentem e agem como mulheres. Essa inversão de valores retira das mulheres a sensibilidade para criar aquilo que os homens sequer poderiam imaginar. O mundo vem sendo governado a milênios por homens e veja no que ele se tornou: um mundo violento e inseguro. Desejar que as mulheres sejam iguais aos homens é tornar o mundo sem esperança de paz. As mulheres não são iguais aos homens no modo de sentir, perceber, preservar e construir. São melhores. O respeito a tais peculiaridades femininas deve ser Lei, deve ser ensinado nas escolas, nas igrejas e propagado pela mídia diariamente.

Apesar da existência de uma corrente filosófica querendo igualar homens e mulheres em termos intelectuais, este é um grande equívoco. Não é possível igualar nada ou ninguém. Somos todos diferentes. Na verdade, homens e mulheres se complementam. Cada ser possui atributos próprios que devem interagir com os dos seus opostos para produzir resultados positivos comuns a todos.

Uma grande homenagem que todos poderiam prestar às mulheres é o respeito a sua feminilidade. Mulheres sentem, expressam emoções com mais facilidade, têm variações de humor em datas mais ou menos precisas, preocupam-se com os sentimentos dos outros, são atentas aos detalhes, são intuitivas, são mais sensíveis ao sofrimento alheio, fazem muitas coisas ao mesmo tempo, têm visão de futuro, lidam melhor com finanças, são mais organizadas, cuidam melhor das crianças, possuem senso de estética aguçado. Bastariam apenas essas características diferenciadas para que os homens aprendessem a respeitar e valorizar as mulheres onde quer que elas estivessem.

A verdade é que não se pode querer que uma rosa se transforme em um abacaxi ou vice-versa. Ambos têm suas características e precisam ser considerados em suas limitações e potencialidades. Mulheres são mulheres, nem melhores nem piores que homens (do ponto de vista humano e biológico); possuem singularidades que precisam ser conhecidas por todos. Assim, a maior homenagem que se poderia fazer à uma mulher é não discriminá-la, não rejeitá-la, não ignorá-la apenas porque é uma mulher. Ao contrário, deveremos ajuda-las a resgatar os séculos de ostracismo, de isolamento social, de perseguição e discriminação que sofreram. As mulheres são seres especiais. Basta olhá-las, para se perceber isso. São deusas da vida, pois por meio dela os seres humanos chegam a este mundo. Nós homens somos apenas colaboradores no processo.

Penso que a maior homenagem que podemos prestar a todas as mulheres é valorizando-as por seus valores morais, suas ações e não por suas formas externas que a mídia estúpida quer impor a todos. As mulheres devem ser vista não como "coisas", como "produtos", mas como indivíduos capazes de melhorar o mundo. Nenhuma mulher deve ser discriminada por ser muito magra, muito gorda, muito alta, muito baixa, muito pobre, muito rica, muito feia, muito bonita, muito ou pouco letrada, ter essa ou aquela cor de pele, ser dessa ou daquela origem. Chega de tratarem mulheres como objetos. Que todas possam ser reconhecidas pela beleza ímpar de suas almas.

Assim, desejo que todos os homens leiam este manifesto e passem a reverenciar as mulheres, todas elas, mães, esposas, colegas, namoradas, amigas, tias e avós com o respeito que elas merecem e aprendam a amar essas criaturas divinas como seres especiais, singulares e únicas, como merecem e desejam ser amadas.

(*) Mathias Gonzalez é escritor e psicólogo.

http://mathias.gonzalez.sites.uol.com.br