SERÁ QUE VALE PENA?...

SERÁ QUE VALE A PENA?

Desde muito jovem, tornei-me um fã do esporte em geral. Por falta de chance ou oportunidade, não me tornei um desportista do futebol

de salão, do futebol de campo ou do tênis de mesa, que foram os esportes que pratiquei, de forma amadora, mas com talento; se teria ou não, feito sucesso, é uma outra história... Restou-me então, acompanhar ou tomar conhecimento, das façanhas de nomes como Jesse Owens, Aída dos Santos, Ademar Ferreira da Silva e do nosso campeão de tênis de mesa, Biriba. Além destes, os craques do futebol e do basquete (Garrincha, Didi, Rosa Branca, Vlamir, etc), todos campeões do mundo e todos vencedores pelo próprio esforço; pouco se falava em dopagem. O homem, superava seus limites, somente através do seu treinamento e do seu esforço pessoal. A partir da década de 60, se não me engano, a mídia, timidamente, começou a comentar sobre os nossos limites físicos (a preparação iniciava sua evolução) e sobre os estudos que já eram feitos, visando desenvolver ou aprimorar alguns produtos sintéticos, que seriam usados para a melhoria da performance individual, dos atletas. A partir daí, o que se viu, foi uma explosão de quebra de recordes e do aumento exagerado da massa muscular, principalmente nos atletas praticantes dos esportes individuais. A sociedade, hipocritamente, tornou-se omissa, aceitando como ídolos, supostos heróis; todos com pés de barro...

Tem sido noticiado já a algum tempo, que muitos dos nossos jovens do atletismo (principalmente), teem sido flagrados nos exames anti dopagem. E aí? A mídia limitou-se a noticiar o fato, sem permanecer no acompanhamento do caso, sem se aprofundar nas investigações e sem comentar seus desdobramentos. Ela (mídia), se faz omissa e torna-se conivente, na medida em que dá destaque e faz a divulgação desses falsos ídolos, sem nunca aventar a possibilidade, de haver dopagem por parte de um determinado atleta, mesmo quando a sua mudança na aparência é tão evidente, que atinja o nível da quase deformação física. Quando me dei conta de que os maiores atletas do mundo, podem se dopar de uma forma ou de outra, parei de assistir e de dar importância, a maior parte dos esportes individuais e dos eventos de atletismo; mesmo sabendo que nos esportes coletivos, a dopagem, também se faz presente.

Alguns exemplos, são significativos: A corredora americana Florence

Griffith Joyner, que morreu, vítima dos anabolizantes; uma atleta alemã do arremesso de peso chamada Heidy Krieger (se bem me lembro), que ficou tão deformada, que foi obrigada a fazer uma cirurgia, para mudança de sexo e teve que abandonar o esporte aos 22 anos. A elas se junta, a nadadora brasileira, Rebeca Gusmão. Quando a conheci, através dos jornais, Rebeca era uma jovem muito bonita e de grande talento, segundo a crônica especializada. Ainda segundo a crítica, tinha todas as qualidades para se destacar como desportista, mas nunca conseguiu; nunca se destacou... Logo porém, a partir de um determinado momento, ela mudou radicalmente. Tornou-se extremamente forte; deformada até. E a mídia, calada... Mesmo quando a sua mudança física, tornou-se agressiva e incompatível com a sua figura feminina, a mídia continuou calada. Mesmo quando a sua figura, tornou-se parecida com uma figura masculina, a mídia se omitiu e nunca sugeriu a possibilidade, de que ela estivesse se dopando. E era evidente que estava...

Rebeca, por qualquer motivo, não conseguiu nas competições, o destaque que as pessoas achavam que ela poderia conseguir; ela então se dopou. Se dopou e foi flagrada. Foi flagrada e banida do esporte. E então, somente então, ela conseguiu se destacar...

Lamentável, mas a nós, só nos resta perguntar às nossas vaidosas "ôtoridades" desportivas e ao nosso Ministério Público, quais medidas estão sendo tomadas para evitar a continuação do problema e quais ações o ministério está desenvolvendo, para descobrir o que se esconde por trás de tudo isso. Por outro lado, à Rebeca, deveríamos perguntar: - E então Rebeca, valeu a pena?...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 09/03/2011
Código do texto: T2837185
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