A voz do povo não é a voz de Deus! (versão ácida).

A voz do povo é unânime! Como disse Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra!

Não é de hoje que o consenso geral é prevalecente e burro.

Cristo foi crucificado e morto pela opinião dos pulhas de sua época, por simplesmente dizer a verdade. Sócrates, Luther King, Guevara, Gandhi, Malcon X, Copérnico, Giordano Bruno, Spinosa e outras dezenas de “homens de verdade”, recriminados e sacrificados em salas de televisão, hoje cultuados como mártires da liberdade. A palavra liberdade fora cunhada para não sair do papel, ao contrário é metralhada.

Basta ver que hoje, a maioria, contraditoriamente, devido à manipulação de Constantino e outros grandes imbecis, líderes de uma época, segue desígnios cristãos, sacros, que nada mais eram do que “vislumbrar” a paz, a razão e a sabedoria, em detrimento do misticismo e da ignorância, odientos, prevalecentes até dias hodiernos, não se sabendo até quando.

Vivemos sob trevas, iluminados pelo torpor da mercancia, do poderio aquisitivo e da ostentação de bens materiais. Vale-se pelo que tem, não pelo valor bem pensar.

Deturparam até ideais mais magnânimos que um ser humano pôde transmitir no decorrer da história, à qual manipulada sem que déssemos conta.

Analise-se o comportamento humano na Idade Média, matando e sacrificando em nome do maior dos homens. Diante isso volto a afirmar: o povão é unânime e burro!, com raras exceções.

As mulheres sabem, ou deveriam saber bem disso, quando enfiaram tamancos nos maquinários da covarde era industrial, sendo chamadas de sabotadoras (sabboth... ?); ou mesmo quando queimaram sutiãs em praças públicas, mostrando os peitos feito Leila Diniz e Janes Joplin no Copacabana Pálace, em 1.969, salvo engano.

As mulheres não foram as grandes inventoras porque foram as grandes vítimas devido à fragilidade física, queimadas outrora, em praça públicas, violadas, vendidas e escravizadas pelos próprios pais e maridos, foram de fato as grandes insurgentes por um mundo melhor e igualitário. Por isso as amo profundamente, não apenas sexualmente, esteticamente ou por procriação, mas principalmente por compaixão e consideração. Por isso grito: viva Joana D’arc, Maria de Magdala, Xantipa, Mary Wollstonecraft, Simone de Beauvoir, Betty Friedam, Elis Regina, Irmã Dulce, Clarice Lispector, aquela senhora idosa e pálida que vi hoje varrendo o lixo das ruas e acariciando um cão esquálido e sarnento, viva também todas as putas que nada tiveram a ver com a questão, ao gerarem filhos geniais, todas as marias e todas as Anas, minha mãe, a sua e todas as mães do mundo, incluindo a Santa Mãe Natura! Deus é Deusa!

Volvendo, o povo não pensa por conta própria; pensa pela maioria; o povo caiu no buraco da ignorância, feito cordeiros seguidores do pastor da montanha, que, sob a pele de líder ou governante, deputado, senador, presidente, vereador ou governador, comanda ao bel prazer em seu meio de ludibriar e abastecer seus potes de ouro, seus carros luxuosos e suas vastas prostitutas e propriedades privadas, angariadas sob o pálio de impostos arrecadados. E o bom cidadão, cumpridor de seus deveres, arca criteriosamente com suas responsabilidades, se enfastiando nos finais de semana, em carnavais sujos, vendo seus filhos se perderem na falta de perspectiva e suas filhas se transformarem em funkeiras lascivas e ignóbeis. O povo curte novelas, quer segui-las, o povo gosta de seguir algo que não lhe obrigue a pensar; o pensar é cansativo e dito como subversivo por governantes, que adoram cordeirinhos “bons cidadãos”. Quem pensa é prejudicial. Pensem nisso! Isso não é de hoje e não foi somente eu que o percebeu, o escreveu. Muitos morreram por suas obras.

O povo muge e se alimenta de estrume, achando graça e sorrindo um sorriso desdentado, condenando às cegas seus próprios filhos.

Não é à toa que noventa e sete (97%) por cento da riqueza do mundo pertence somente a alguns gordos capitalistas, que não acreditam em nada a não ser na ganância de mais e mais adquirir, de peidar e sorrir, abastados e empanturrados, do quanto somos idiotas.

Não sou comunista, nem socialista, nem sigo regras ou sistemas, muito menos pretendo me candidatar a cargo eletivo. Vomito diante tudo isso. Tenho que pagar para viver, pago para trabalhar, para comer, para não morrer, pago para que otários se enfastiem de cocaína, enquanto crianças miseráveis são encarceradas como traficantes.

Sou nocivo à saúde do “sistema”, porém, por nada terem contra minha pessoa, amparado pela Constituição Nacional, linda no papel, um livro de ficção, se insurgem contra minha honra, objetiva e subjetiva, porém, como dizia Nietzsche, “o louco”: o que não me destrói, torna-me mais forte; e mais forte estou. Cá estou e tomem cuidado ao se dirigirem a mim, pois não sou do povo, não sou ninguém, e pode haver acidentes de percurso, legalmente amparados, caso haja interessados.

Honesto, justo, serei sempre!

Para tanto, disponho-me até a perder..., em prol da honra, sozinho, porém sem sucumbir...

Savok Onaitsirk, numa quarta feira de “cinzas” qualquer..., lúcido e indignado, 09.03.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 09/03/2011
Reeditado em 11/03/2011
Código do texto: T2838104
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