APENAS UMA CHANCE

Toc...Toc...Toc...

Algo batia à minha porta tão suavemente que eu pensei, por um momento, ser impressão minha ou apenas desejo inconsciente de receber uma visita inesperada. Parei por um instante, desconfiada! Relutava em abrir a porta.

-E se fosse uma visita indesejada?

-E se fosse mais uma dor?

-E se fosse...

Com a respiração contida e num ímpeto abri a porta!

Fiquei olhando para aquela figura e não compreendia por que aquela estranha batera à minha porta... O quê podia querer de mim?? Era totalmente diferente de tudo que eu estava acostumada a ver ao longo de minha vida. Radiante!...Linda!...Exalava um perfume de flores!... Pediu-me se podia entrar, num sorriso tímido, como se implorasse desculpas por não ter sido reconhecida de imediato! Eu a olhava e me perguntava: De onde ela me conhece?! Ela continuava ali, parada, a espera de um "por favor, entre''.

-Será que ela pretende ficar? Como conviver com uma estranha?

-E se quando eu me habituasse com sua presença, ela fosse embora, assim como chegou, numa manhã tão indiferente em meu calendário particular?

-E se eu não a deixasse entrar, como saber a diferença entre o antes e o depois de sua companhia em minha vida? Como eu demorasse a me decidir, ela pediu-me desculpas e disse que tinha mais pessoas para visitar e antes que saísse, olhou-me com pena, deixando um bilhete em minhas mãos:

''Estive em sua porta, mas você estava tão acomodada em sua tristeza que eu achei melhor não insistir.''

Assinado: Felicidade.

By Neusa Gomes

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neusa gomes
Enviado por neusa gomes em 12/03/2011
Reeditado em 12/03/2011
Código do texto: T2844079