Notícias do mundo: o Pacífico rebelou-se

Notícias do mundo: o Pacífico rebelou-se

O gigante azul se fartou. De tanta fúria guardada, resolveu rebelar-se mais uma vez e invadiu o continente como um guerreiro, impondo-se. Bravura e força não lhe faltaram, mas piedade, sim. Talvez por vaidade da natureza, que mais uma vez provou ser mais forte que o homem ou talvez por vingança, por nunca percebermos o tamanho de sua complacência. Quanta vida lhe tiramos? Quantas ainda tiraremos?

Inebriados pela prepotência, colocamo-nos na posição de comandantes de algo que não sabemos comandar. Iludimo-nos, pois diante do ciclo da vida, nossa individualidade não tem a menor importância. Fazemos parte de um grande processo chamado vida do qual a espécie humana não possui a menor exclusividade. Essa é a verdade que nos angustia e que nos incomoda intensamente, por isso buscamos mudanças.

Envolvidos pelo encantamento das tecnologias que nos possibilitam, a cada dia, novas descobertas, esquecemos de algo fundamental: não somos donos do mundo e nem da vida. Exploramos, abrimos crateras, desmatamos, extinguimos espécies, inclusive parte da nossa, tudo em nome da ciência, do conhecimento, do poder. Retiramos petróleo dos oceanos, minérios dos continentes. Estudamos os planetas, os átomos, o DNA. Criamos submarinos, porta-aviões, naves espaciais, os aviões invisíveis, a energia nuclear, a bomba atômica, os clones, diversos materiais sintéticos...

Nas imagens veiculadas via satélites, pela televisão e internet assistimos à água e fogo destruírem grande parte do território nipônico. Dois elementos essenciais para a manutenção da vida mostram-nos que, apesar de opostos, podem se aliar contra o homem.

Usinas nucleares, crias da fissão nuclear, estão em risco de explosão.

A tecnologia desenvolvida ajuda a prever com certa antecedência os tremores e, segundo informações, vinte a cinquenta países estão em estado de alerta. Um alerta que consegue diminuir a quantidade de vítimas, mas não é suficiente.

Taiwan, Nova Zelândia, Rússia, Filipinas, Alaska, Canadá, Indonésia, México, Estados Unidos, China, Havaí, Equador, El Salvador, Chile, Colômbia e outros em alerta. As pessoas buscam alimentos, água e abrigo. Há pânico.

O maior oceano do planeta fez a maior confusão, colocou parte do mundo para correr...

E para pensar?

As empresas produzem em ritmo acelerado em nome do progresso, o homem consome em nome do status. O lixo produzido é escondido... nos oceanos.

O Haiti passou também pela tragédia do terremoto. O país ainda não se reergueu. Os problemas sociais são imensos...

Há poucos dias assistimos à devastação provocada pelas chuvas em diversas regiões do Rio de Janeiro. Noticiaram enchente no Paraná e Santa Catarina.

Assistimos ao movimento pela democratização no Egito, que está ainda se organizando. Yemén também quer democratizar-se. A Líbia está em guerra civil. Os países da América do Sul lutam contra o tráfico de drogas.

As desavenças por motivos religiosos se mantêm desde os relatos da Bíblia: palestinos e judeus, sumitas e xiitas...

Não é só o Pacífico que cria confusão.

O mundo está girando...

A ONU declara que não poupará esforços para ajudar.

Os mortos já chegaram à casa dos milhares no Japão.

O governo dos Estados Unidos da América oferece ajuda: os navios de guerra estão de prontidão, em Pearl Harbor, para ajuda humanitária...

Ironia? Poseidon deve estar zombando de nós. Há alguma semelhança histórica... Talvez este seja um alerta para lembrarmos nossa história e pesarmos nossos atos.

Os cientistas afirmam que os países atlânticos não precisam se preocupar, mas que a Terra está se deslocando de seu eixo.

A Terra está mudando, o homem precisa mudar...

Alguns já anunciam que as profecias do Apocalipse estão se cumprindo.

Ainda prefiro acreditar na capacidade de reflexão e mudança do ser humano.

Ainda desejo a paz do

Pacífico.

Regina Roppa Evilasio

12/03/2011