Bom e velho livro...

Esther Ribeiro Gomes

Outro dia li um texto sobre livros tradicionais e eletrônicos, de um excelente jornalista e cronista de Santos, Luiz Alca de Sant’Anna.

Disse ele que sua maior tristeza seria se um dia o livro impresso fosse definitivamente substituído pelo livro digital.

Concordo inteiramente com ele, pois nunca me acostumei com essa moderna leitura on-line.

Tenho um especial carinho pelos meus livros e sempre que posso, vou relendo os que mais gosto, eu viajo neles!

Para mim, o livro é um tapete mágico que me leva a lugares inimagináveis, voando nas asas do vento!

Como substituir um belo livro encadernado em cujas páginas deixei marcas e anotações que tempos depois releio, emocionada?

E a leitura das dedicatórias de amigos que agora vivem distantes, ou já se foram, que me trazem saudade e emoção?

O contato com as páginas, o manuseio, a gostosa sensação do toque,

a visão atraída pela cor, formato e até aquele cheirinho de novo ou velho, enfim, nada substitui essa interação entre o livro tradicional e o leitor.

Aquele gostinho de folhear página por página é insubstituível!

O que fazer com os marcadores enfeitados com pedras e miçangas coloridas que coleciono, marcando as páginas que mais me interessam?

E as pétalas de flores recebidas em ocasiões especiais que guardo carinhosamente entre as páginas de um livro?

Podem fazer milhões de livros eletrônicos, desde que preservem os bons e velhos livros tradicionais!

Extinguir de vez os velhos livros seria o mesmo que substituir os abraços, beijos e toques entre pessoas por amores e amizades virtuais.

Devo acrescentar que prezo muito minhas amizades virtuais, até fiz algumas muito especiais, às vezes, de lugares distantes que de outro modo jamais teria oportunidade de conhecer, mas nada, nada mesmo, substitui o olho no olho, os abraços e carinhos reais!

Da mesma forma, o livro eletrônico jamais substituirá meus queridos livros tradicionais e a emoção que me transmitem ao manuseá-los...

O bom e velho livro permanecerá para sempre nas estantes das pessoas sensíveis que não dispensam uma boa leitura no aconchego do quarto ou entre as flores do jardim!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 20/03/2011
Reeditado em 01/11/2012
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