Um povo Samurai e um país que ressurgirá mais forte.

O Império do Sol Nascente, Nippon, o Japão do outro lado do mundo, justamente onde habita um povo ordeiro, trabalhador, reflexivo e que cultiva como ninguém, as tradições e os bons costumes. Foi exatamente nesse pedaço do planeta onde a natureza se manifestou, recentemente, de forma tão violenta, arrasando cidades inteiras, matando milhares de inocentes. Como diz o dito popular: além da queda o coice!

Nunca havia formado a imagem dentro de mim de um Japão cheio de famintos, descamisados. Um país devastado materialmente, mas, voltado ao perpétuo cultivo da esperança na reconstrução, ciente de que a tragédia passará e um país novo e mais confiante surgirá com o passar dos anos. Essa parece ser a maior característica desse povo encantador, berço dos famosíssimos Samurais e das encantadoras Gueixas.

Acredito que nenhum outro povo aprendeu tanto com a natureza a sobreviver a terremotos, como os japoneses. Abalos sísmicos no Império do Sol Nascente são comuns demais, quase diários ou até mesmo isso. A arquitetura japonesa conseguiu engendrar prédios imensos que suportam abalos sérios, sem se desmoronar.

Mas os terremotos e os Tsunamis não foram tudo o que de mal aconteceu por lá. Usinas nucleares foram afetadas por explosões, ditas apocalípticas, o que já está causando muitos e graves problemas ao meio ambiente e, conseqüentemente, seu povo. Assusta-nos, mesmo estando nós do lado de cá do planeta, pensar nas conseqüências que poderão advir de uma possível contaminação além Japão, levada/trazida pelos ventos, podendo chegar a contaminar uma ampla parte da Terra. Esse é,ao meu ver, o maior risco que todos nós corremos. O Japão poderá exportar uma massa gigantesca de material radioativo e pôr em risco uma parte considerável do mundo, podendo chegar, sem exageros, até nosso país.

Entristece-nos olhar para as imagens de destruição e vermos entre elas os anciãos japoneses, redutos da cultura milenar de um povo distraídos do Ocidente enquanto tradição e Cultura. O velho, o professor, o médico, dentre outros, são majestosamente respeitados no Japão. Um país que valoriza ao extremo o seu sistema educacional. Um país onde é uma obrigação ser-se humilde nas ações e nos cumprimentos interpessoais. A arrogância é carta fora do baralho entre os japoneses. Um povo inteligente, trabalhador, honesto.

Realmente, é com muita tristeza que eu vejo o rastro de miséria e de pavor deixados no Japão, pelos últimos terremotos, Tsunamis e o acidente nuclear.

Mas o povo japonês é fortíssimo. Buda é uma alavanca de paz e de esperança no coração daquele povo. Não há sequer um japonês que não cultive dentro de sua alma um gigantesco Samurai ou uma divina Gueixa. Eles vencerão, sobrevivendo a toda essa destruição. Veremos e, em pouco tempo, surgir um Japão novo, refeito, produtor e cultivador de coisas úteis e boas para o resto do mundo. Eles continuarão a ofertar-nos os frutos sadios de sua cultura multimilenar. Falamos, não apenas de um povo, mas, dos filhos do Império do Sol Nascente e isso é tudo. Assim como no Reino Unido Deus é pela rainha, no Japão Buda o é.

Acho que depois de tudo isso ficou uma lição forte para todos nós continuarmos dissecando seus valores, a de que a energia nuclear é um mal evitável. Não se justifica ficarmos a mercê de tantos riscos. É hora de repensarmos com carinho e coragem acerca do fim das construções em todo o planeta, das míseras usinas nucleares. Viver é muito mais interessante do que apenas sermos servido por ela.