2016: OLIMPÍADA OU OLIM PIADA?...

segunda-feira, 21 de março de 2011

2016: OLIMPÍADA OU OLIM PIADA?...

Eu já deveria ter publicado esta crônica a mais tempo, mas como o assunto continuará atual até 2016 (se Nostradamus deixar...), vamos fazê-lo agora.

Depois de muito tempo, foi votada na Câmara dos Deputados, a Medida Provisória 503, que cria a Autoridade Pública Olímpica; a APO.

A assim chamada MP 503, só pôde ser votada, depois que a oposição conseguiu retirar da pauta, uma emenda do Deputado Geraldo Magela, do PT-DF (tinha que ser...) a qual previa no seu texto que, "para a aquisição de bens e a contratação de obras e serviços para os jogos de 2016, poderão ser adotadas a inversão de fases e etapas, dos procedimentos licitatórios". Isto significa, em minha opinião, um sinal verde às falcatruas, através da contratação de bens e serviços em regime emergencial e portanto, sem licitação... Resumindo e conhecendo bem a má intenção e o oportunismo velhaco dos nossos políticos (incluindo os do PT), essa emenda seria a porta de entrada para a corrupção ou, olhando por um outro ângulo, a porta de saída para o dinheiro fácil e sem fiscalização...

Uma outra vitória importante da oposição, na aprovação da MP 503, foi a redução no número de cargos solicitados pelo governo, para a formação dessa entidade. O governo pretendia, com a criação da APO, ter em mãos, um grande cabide de empregos para os seus filiados. A sua pretensão, era a criação de 484 cargos, a um custo mensal aproximado, de R$ 4 milhões, somente com os salários. No entanto, com a redução desse número para 181 cargos, o governo conseguiu ter em mãos, somente um pequeno, mas ainda muito custoso, cabide de empregos (custo mensal com salários, estimado em torno de R$ 1,8 milhões); palmas portanto, para a oposição...

A APO, teoricamente, foi idealizada para coordenar as ações governamentais, relativas ao planejamento, entrega das obras e serviços essênciais para a realização dos jogos olímpicos de 2016. Como o seu período de atuação deverá ir até dezembro de 2018 e considerando somente o gasto com os salários a serem pagos, o erário terá, até lá, um custo em torno de R$ 150 milhões. Este valor tende a aumentar, porque a APO, apesar de ter a sua sede no Rio de Janeiro, terá a prerrogativa de criar e manter escritórios de representação no DF e/ou em qualquer localidade, relacionada à preparação e à realização dos jogos. Logo, apesar da derrota na Câmara, o governo tem em mãos, um mecanismo para fazer valer a sua vontade e com certeza, vai usá-lo.

Depois de todos os custos que a nossa sociedade terá que pagar, quê legados ficarão para a nossa cidade, ao término da Olimpíada? Serão iguais àqueles que nos foram deixados pelo PAN 2007, na Vila Panamericana? Com direito a rachaduras nas ruas e deterioração precoce dos imóveis? Tudo leva a crer que sim...

O que lamento, é não saber quais são os critérios para se conseguir um desses cargos na APO. Aliás, não sei se isso seria um impecilho (me recuso a falar ou escrever "empecilho"), mas sou honesto...

Na realidade, a nós, pobres mortais integrantes da plebe e da pobre e idiotizada massa de manobra do PT e da grande mídia, só nos resta bater palmas e sorrir; porque não adianta mais, chorar...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 21/03/2011
Código do texto: T2862421
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