O PREÇO FAZ O PALADAR

Em épocas não muito remotas o bacalhau era prato dos pobres. os menos favorecidos tinha até vergonha de assar seu bacalhau no fogo à lenha, carvão ou até mesmo à gás, pois o cheiro se espalhava anunciando que naquela morada estavam prestes à degustarem o tão humilde “pior sem ele”. Os tempos vão passando e o preço do aquático vai aumentando, passando a onerar no bolso do trabalhador brasileiro chegando o momento em que aquele assíduo consumidor do “pior sem ele” não mais possa tê-lo em sua mesa. E agora qual será o destino do bacalhau? Uma vez oneroso para o proletário, agora passa interessar à classe mais abastada, pois como se sabe, rico não tem paladar, têm etiqueta e desejo de mostrar que pode. Hoje em dias quem consome o antigo “pior sem ele” é a classe que tanto ignorava e que estereotipava aquele que comia o hoje famoso prato norueguês. Agora às perguntas: quem mudou? o paladar ou mania do poder? Mostrar que pode consumir o que é mais caro? querer ser diferente? ou simplesmente trata-se de um povo sem personalidade, sem caracteres e sem a noção da realidade natural na biosfera? A verdade está na cultura e educação de um povo que é criado com o objetivo único de “ter” e nunca de “ser”. Eis a razão primordial que constrói e formam maus profissionais. Este o motivo de levar tantos jovens indecisos a escolherem cursos de graduação pelo que o mercado paga mais e nunca pelo desejo de exercer esta ou aquela profissão e, isso leva estes jovens a terem uma formação medíocre e mal feita. Com isso quem sofre é a sociedade ao se deparar com maus médicos, maus engenheiros, enfim, todo tipo de pseudo-profissional,menos, de um competente e satisfeito profissional. Essa prática é muito comum no capitalismo que não ensina as pessoas a respeitarem as outras. Neste sistema vale tudo para se conseguir o poder, o famigerado e maldito “dinheiro”. Não existe na face da terra quem mostre algum ponto positivo no capitalismo que não sejam a avareza, a inveja, a soberba, a ira, a tirania, o individualismo que são as armas do Império Capitalista. E ainda têm a já famosa frase imperialista: “primeiro a pessoa têm de amar a si próprio, para depois amar os outros”. Isso é de uma lavagem cerebral incrível! Está na hora das pessoas reverem seus valores e redescobrirem que têm cinco sentidos: olfato, tato, paladar, audição e visão, que não é a MÍDIA nem quaisquer empresários que irão dizer o que deve-se vestir, comer, beber e usar como utensílios. Tá na hora de sair à caça da personalidade, da moral e de caracteres que são inerentes a qualquer ser humano que se preze. Se um prato com meia dúzia de ovos passar à custar R$ 60,00 não vá se enforcar para consumi-lo se esse não for seu paladar.

J Vidal el Che
Enviado por J Vidal el Che em 26/03/2011
Reeditado em 03/03/2013
Código do texto: T2871382
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