Boas maneiras

Antigamente as pessoas eram mais bem educadas. Estou chegando a esta conclusão depois de analisar várias situações e fatos que tenho presenciado ultimamente. Embora se deva concordar que havia certos exageros na criação dos filhos nos velhos tempos, alguns princípios de boa educação, boas maneiras e normas de conduta social seriam muito bem-vindas na atualidade.

Antigamente era feio uma criança colocar os pés calçados sobre uma cadeira, um sofá, hoje? Bem…hoje pode tudo, falar alto, gritar, xingar, chorar por manha, chutar o pai e a mãe, cuspir, jogar papel de bala no chão, ou pela janela do carro, tudo pode, tudo é aceito tranqüilamente pelos pais modernos, provavelmente para não traumatizar os coitadinhos, conforme recomendado por algum psicólogo sem filhos. Diante disso, passar férias em um hotel, do tipo "resort", para onde vão muitas famílias atrás de descanso, ou mesmo um agito diferente do dia-a-dia das grandes cidades, pode transformar-se num martírio. Acaba sendo impossível jantar em paz, sem ouvir gritos, choros, esbarrões, tropeções e outras manifestações explícitas de simples e pura falta de educação. Mas, afinal, a educação dos filhos, já de algum tempo, foi transferida para as escolas, não foi? Os pais não tem mais tempo para isso, especialmente as "part-time" mães, que um dia já foram mães de verdade, mas que agora tem que trabalhar e competir com os homens de igual para igual. Que pena. Quem serão esses jovens que cresceram sem limites, sem regras, sem a menor educação familiar? Está aí a delinqüência, cada vez mais casos de violência juvenil, etc. Talvez fosse a hora de repensar o modelo, rever alguns princípios, questionar a maternidade/paternidade de hoje. Seriam essas responsáveis ou irresponsáveis? Amanhã, alguém vai ter que dar um jeito nisso. Quem abre mão de educar no lar, autoriza que essa educação seja dada na rua, muitas vezes através de constrangimentos e violências. A figura do pai severo, grave, duro muitas vezes, foi substituída pelo pai bonzinho, que deixa para a mãe, que não tem tempo também, as decisões sobre a educação. Deixa ou é simplesmente excluído do processo, nem tem chance de participar, e quando tenta ser um pouco mais severo, é desmoralizado na frente das crianças. Êta mundinho complicado, onde vai dar isso?

Guilherme Appel
Enviado por Guilherme Appel em 10/11/2006
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