O DESCANSO DO GUERREIRO
Conheci Rosivalton em 1999. Foi no Encontro de Casais com Cristo, da Paróquia de São João. Ficamos no mesmo grupo. De cara – e por morarmos um ao lado do outro –, a amizade foi mais presente. Dificilmente eu deixava de cumprimentá-lo, todas as manhãs, quando eu ia trabalhar: o caminho que eu fazia passava em frente ao local de trabalho dele.
Salmos, 37:3 – “Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade”. Alegre, comunicativo, conciliador, trazia consigo a marca de prestar ajuda a quem dele precisava. Para ele, fazer favor era uma tarefa nada difícil, nem muito menos, um fardo para ser carregado. Nunca o vi triste e nem preocupado, sisudo, ou contrariado. Para tudo tinha uma resposta e sempre confiou naquEle lá de cima. Era visível a sua felicidade quando avistava e falava com uma pessoa conhecida. Percebia-se, com clareza, a alegria por trás das palavras, a veracidade de seu testemunho e a lealdade para com o seu rol de amizade.
I Pedro, 6:9 – “Nisso exultais, embora no presente por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”. A sua fé era inabalável. Além do ECC, prestava serviço a sua paróquia e nunca deixou de frequentar a Santa Missa nos finais de semana. Nas datas tradicionais da sua paróquia – principalmente às da festa de São João –, lá estava ele à frente da barraca, com sua simpatia, servindo aos que dela se aproximavam. Nesses anos todos, nunca deixou de lutar, bravamente, contra a doença que o afligia – e que já havia levado todos os seus colegas, que tinham a mesma doença, para a Casa do Pai. Era o único que conseguira sobreviver e creditava, com fé, ao seu Senhor, a sua permanência entre os homens.
Romanos 12, 21 –“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. Um guerreiro nunca deixa de lutar contra as forças do mal mesmo que elas acabem por vencê-lo um dia. Assim fez Rosivalton. Nunca deixou de lutar. Quem o conhecia se admirava com o tamanho de sua força para lutar, com o seu desejo de viver, com a sua vontade de ver um mundo melhor para os seus filhos e, também, com os planos que fazia para o seu próprio futuro junto com a sua esposa.
E como diz o ditado: por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. E assim era. E assim foi. Josilene, sua esposa, foi tudo isso e mais alguma coisa. Em nenhum momento se desesperou, blasfemou ou culpou algo ou alguém pelas provações que estava passando. Fez o contrário. Segurou a mão do seu marido e caminhou junto com ele, dando-lhe força, aumentando a sua fé, buscando a sua cura e, principalmente, aliviando as suas dores com palavras de otimismo e carinho. Quem não os conhecia jamais imaginaria que aquele casal tão feliz, ao lado dos filhos, lutava, diariamente, contra uma terrível – e quase invencível – doença que pode afligir um ser vivente.
Durante um período, a doença não o incomodou. Nesta ocasião, ele conseguiu viver plenamente. Foi o tempo, também, em que nasceram os seus filhos. A sua herança genética estava garantida. Assim como era um bom filho – nunca dando uma mínima preocupação e tendo sempre uma palavra de amor para dedicar ao pai e à mãe –, era, também, um bom esposo e um bom pai. Dedicado, nunca o vi perder a paciência com um dos seus. A paciência se fazia presente e lhe concedia o discernimento de saber ponderar e entender as peraltices de quem ainda precisava de conselhos para poder entender a vida.
Lembro-me, com relação aos filhos que, em ele tendo passado o dia tomando quimioterapia, ao chegar em casa, o filho lhe pediu um presente. Apesar de estar abatido e cansado ele, simplesmente, saiu junto com o filho e tornou real o sonho da criança. Assim era Rosivalton!
Romanos 8:38-39 – “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Seus últimos sete meses foram de provas constantes de fé e esperança em seu Senhor. Nunca reclamou dessas provações. Pelo contrário, sempre tinha uma palavra de conforto para dar quando seus familiares entravam em desespero. Preparava-os.
Salmos 23:4 – “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” Sábado passado, o seu padecer chegou ao fim. Deus, na sua infinita bondade, chamou-o para perto de Si. Antes, preparou-o. Rosivalton, sem pestanejar, segurou, com toda a sua fé cristã, na mão de Deus, e se deixou levar pela Sua proteção e amor. Está descansando em vales de cânticos e de paz eterna. Deixou de sofrer.
Apesar de ele nos ter deixado ainda tão jovem, a sua passagem entre nós não foi em vão. Ele deixou gravado, eternamente, o seu nome. A força e determinação, a sua amizade e companheirismo, a sua dedicação aos seus familiares, as suas boas ações, dentre outras virtudes, foram as suas marcas, e isso ninguém jamais irá esquecer. Pelo contrário, servirão de exemplos para todos aqueles que queiram seguir uma vida digna, cristã e de cidadania plena.
Ao seu pai, o poeta Manoel Tavares de Oliveira; a sua mãe, dona Rita Fernandes de Oliveira; a Dorgival (seu cunhado) e Rosângela (sua irmã), e aos demais membros de sua família, bem como, aos amigos, as nossas condolências. Que Deus lhe dê o seu merecido descanso.
Amém!
Obs. Na foto, Rosivalton mais o filho, numa festa de São João.
Conheci Rosivalton em 1999. Foi no Encontro de Casais com Cristo, da Paróquia de São João. Ficamos no mesmo grupo. De cara – e por morarmos um ao lado do outro –, a amizade foi mais presente. Dificilmente eu deixava de cumprimentá-lo, todas as manhãs, quando eu ia trabalhar: o caminho que eu fazia passava em frente ao local de trabalho dele.
Salmos, 37:3 – “Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade”. Alegre, comunicativo, conciliador, trazia consigo a marca de prestar ajuda a quem dele precisava. Para ele, fazer favor era uma tarefa nada difícil, nem muito menos, um fardo para ser carregado. Nunca o vi triste e nem preocupado, sisudo, ou contrariado. Para tudo tinha uma resposta e sempre confiou naquEle lá de cima. Era visível a sua felicidade quando avistava e falava com uma pessoa conhecida. Percebia-se, com clareza, a alegria por trás das palavras, a veracidade de seu testemunho e a lealdade para com o seu rol de amizade.
I Pedro, 6:9 – “Nisso exultais, embora no presente por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”. A sua fé era inabalável. Além do ECC, prestava serviço a sua paróquia e nunca deixou de frequentar a Santa Missa nos finais de semana. Nas datas tradicionais da sua paróquia – principalmente às da festa de São João –, lá estava ele à frente da barraca, com sua simpatia, servindo aos que dela se aproximavam. Nesses anos todos, nunca deixou de lutar, bravamente, contra a doença que o afligia – e que já havia levado todos os seus colegas, que tinham a mesma doença, para a Casa do Pai. Era o único que conseguira sobreviver e creditava, com fé, ao seu Senhor, a sua permanência entre os homens.
Romanos 12, 21 –“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. Um guerreiro nunca deixa de lutar contra as forças do mal mesmo que elas acabem por vencê-lo um dia. Assim fez Rosivalton. Nunca deixou de lutar. Quem o conhecia se admirava com o tamanho de sua força para lutar, com o seu desejo de viver, com a sua vontade de ver um mundo melhor para os seus filhos e, também, com os planos que fazia para o seu próprio futuro junto com a sua esposa.
E como diz o ditado: por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. E assim era. E assim foi. Josilene, sua esposa, foi tudo isso e mais alguma coisa. Em nenhum momento se desesperou, blasfemou ou culpou algo ou alguém pelas provações que estava passando. Fez o contrário. Segurou a mão do seu marido e caminhou junto com ele, dando-lhe força, aumentando a sua fé, buscando a sua cura e, principalmente, aliviando as suas dores com palavras de otimismo e carinho. Quem não os conhecia jamais imaginaria que aquele casal tão feliz, ao lado dos filhos, lutava, diariamente, contra uma terrível – e quase invencível – doença que pode afligir um ser vivente.
Durante um período, a doença não o incomodou. Nesta ocasião, ele conseguiu viver plenamente. Foi o tempo, também, em que nasceram os seus filhos. A sua herança genética estava garantida. Assim como era um bom filho – nunca dando uma mínima preocupação e tendo sempre uma palavra de amor para dedicar ao pai e à mãe –, era, também, um bom esposo e um bom pai. Dedicado, nunca o vi perder a paciência com um dos seus. A paciência se fazia presente e lhe concedia o discernimento de saber ponderar e entender as peraltices de quem ainda precisava de conselhos para poder entender a vida.
Lembro-me, com relação aos filhos que, em ele tendo passado o dia tomando quimioterapia, ao chegar em casa, o filho lhe pediu um presente. Apesar de estar abatido e cansado ele, simplesmente, saiu junto com o filho e tornou real o sonho da criança. Assim era Rosivalton!
Romanos 8:38-39 – “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Seus últimos sete meses foram de provas constantes de fé e esperança em seu Senhor. Nunca reclamou dessas provações. Pelo contrário, sempre tinha uma palavra de conforto para dar quando seus familiares entravam em desespero. Preparava-os.
Salmos 23:4 – “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.” Sábado passado, o seu padecer chegou ao fim. Deus, na sua infinita bondade, chamou-o para perto de Si. Antes, preparou-o. Rosivalton, sem pestanejar, segurou, com toda a sua fé cristã, na mão de Deus, e se deixou levar pela Sua proteção e amor. Está descansando em vales de cânticos e de paz eterna. Deixou de sofrer.
Apesar de ele nos ter deixado ainda tão jovem, a sua passagem entre nós não foi em vão. Ele deixou gravado, eternamente, o seu nome. A força e determinação, a sua amizade e companheirismo, a sua dedicação aos seus familiares, as suas boas ações, dentre outras virtudes, foram as suas marcas, e isso ninguém jamais irá esquecer. Pelo contrário, servirão de exemplos para todos aqueles que queiram seguir uma vida digna, cristã e de cidadania plena.
Ao seu pai, o poeta Manoel Tavares de Oliveira; a sua mãe, dona Rita Fernandes de Oliveira; a Dorgival (seu cunhado) e Rosângela (sua irmã), e aos demais membros de sua família, bem como, aos amigos, as nossas condolências. Que Deus lhe dê o seu merecido descanso.
Amém!
Obs. Na foto, Rosivalton mais o filho, numa festa de São João.