Carta aos Maus, Desonestos, Gananciosos e Covardes.

No mundo em que vivemos uma das coisas mais difíceis é ser honesto, pensar diferente e andar só.

Isso não é de hoje, a honestidade é quase que uma chaga que o bom sujeito carrega. É taxado por isso, discriminado, perseguido e muitas vezes até assassinado. Lembra-te Cristo! (que Deus o tenha!).

Aqui não, aqui têm de ser sujo, carniceiro e canalha! Aqui é um mundo-cão; quem não se corrompe, não freqüenta o bando das hienas famintas e não puxa o saco do porco capitalista, não é bem visto pela sociedade atual. Eis a regra dos maus.

Quem não se vende, não trafica influências, não prevarica, não compra ou vende o falso, o adulterado, o podre, é visto como idiota, inocente, pueril, careta e ao mesmo tempo perigoso.

Tristemente, teme-se o honesto!

A mentalidade humana é facilmente deturpável, ainda mais quando o fato se refere a situações envolvendo a individualidade de cada um, de fracos de caráter, covardes que vivem aos bandos, tentando destruir os próximos, diferentes ou melhores, por meio de golpes e falcatruas.

É difícil compreender a honestidade, a desigualdade dos povos! Enquanto isso não ocorre, jamais sairemos desta era de trevas, à qual camuflamos com algum ou outro requinte, um ar-condicionado, uma piscina, uma viagem aos quatro cantos do mundo, o fastio da melhor carne, o melhor champanhe, enquanto a maioria, em sua maior parte crianças, morrem por aí aos borbotões devido à falta do essencial, da higiene, da educação, da saúde e, ridiculamente, por vezes, até pela falta de um mísero pedaço de pão.

A ignomínia ainda prevalece, o misticismo, crenças primitivas ainda se sobressaem sobre a ciência de vidas perdidas. E aonde vamos parar? Vamos até o momento da terra sacolejar e nos expulsar, como dito alhures, feito pulgas malditas que incomodam um pobre cão de rua!

O mundo apodreceu pela gana e pelo dinheiro, poder, consideração, influência, erotismo ou mesmo o simples ato de simular um falso moralismo.

Os mais sujos são os que se dizem mais límpidos e cristalinos, que clamam por uma justiça forjada dentro de suas próprias mentes torpes.

O homem se distorce e se diz com a razão, conspirando por morte para a satisfação de seus desígnios sórdidos, contra quem quer que seja. Estão mais selvagens hoje em dia do que símios de outras eras.

Se diante uma situação, por mais simples que seja, alguém perde as estribeiras ou cai aos prantos, mesmo que nada de mais tenha sido exposto, esta pessoa é a primeira suspeita, porque quem deve logo cai em contradição ou usa algum tipo de contorno emotivo para rechaçar supostas ameaças ou circunstâncias que porventura lhe sejam malfazejas, mesma que se esteja fazendo a justiça. Já vi muito porcos caírem aos prantos quando a pesada mão da justiça lhe esbofeteou a face, a liberdade, o bolso ou mesmo o ego.

É curial mentir perante juízes, polícia ou até para a própria mãe, como é mais comum em criancinhas em tenra idade.

Porém não existe situação mais abjeta que mentir e simular quando adulto, mente sã, visando angariar vantagem indevida ou pura e simplesmente para desmoralizar terceiros interpostos, como ocorre comumente em qualquer canto da Nação.

Mas uma coisa é certa, quem não deve jamais temerá, mesmo que morra, pois o mal, desde o princípio dos tempos, se destrói a si mesmo!

O desonesto, o injusto, o covarde, o corrupto e todos os que se adéquam a adjetivos relativos à mais pura maldade, um dia pagarão com juros e correção monetária. Sempre pagaram e continuarão a pagar, se não na lei dos homens, no inferno ou dentro de suas podres consciências, que os corroerão dia-após-dia..., ad infinitum...

Por fim aconselho, como antídoto, para seres assim, não a tortura, a vingança ou a morte na cadeira elétrica, mas o desprezo..., o desprezo..., a desconsideração de que aquilo, aquela coisa de carne, ossos e vísceras, movida a merda, um dia existiu!

Você, má pessoa, sabe que regurgitei isso sobre ti, e que a terra lhe seja pesada!

Já você, bom cidadão, cônscio, amigo de peito, camarada de compaixão, que nada tem a ver com a questão, simplesmente passe à frente esta menção...

Obs.: mais uma vez friso: não quero mudar nem consertar o mundo e nem nada, só quero me desabafar aqui, sozinho, dentro minha “cabeça-bar”...

“Cada um tem o dom de ser feliz...”.

“Blowin’ in the Wind”...

Savok Onaitsirk, 04.04.04.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 04/04/2011
Código do texto: T2889718
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