O conto dela

Sou informado que talvez o primeiro microconto que tenha sido feito foi o do guatemalteco Augusto Monterroso: “Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”. Diz que essa é a modalidade de microliteratura cujo desafio é o de contar algo com o mínimo de palavras. À medida que ouço, fico perplexo e pressinto gafes pretéritas, atuais e que virão. Envergonho-me. Sofro. Continuo a aprender, para o meu governo, os limites de classificação da coisa: com cinqüenta letras você escreve um nanoconto (achei interessante...); o microconto, na verdade, não pode ter mais do que cento e cinqüenta toques, contando letras, espaços e pontuação (simpático, pensei...); já um miniconto pode ter trezentas palavras ou seiscentos caracteres (respiro mais folgado...). Por fim, me diz que isso não é lá tão rigoroso assim, depende muito dos critérios de quem adota essa maneira de fazer literatura. Ufa!!! Ganhei mais uma liberdade!