Tapa de amor não dói?

De tanto ouvir a repetição da ordem, algumas crianças aprendem que só pela terceira vez precisam obedecer ao comando da voz, desta feita engrossada com ameaças físicas. Outras precisam que a ameaça se concretize, para então obedecer. Alguns de nós aprendemos desta forma, não só a obedecer aos nossos pais, mas, agora adultos, a sair das situações repetitivas que nos fazem tanto mal.

Manhã de terça-feira, na loja de tintas, uma mulher aplicou um bofetão no braço do marido, que deixou a todos, no balcão de atendimento, intrigados... Casais têm seus hábitos, alguns até exóticos que entre quatro paredes ninguém ousa questionar, mas em público?! 

Tapa de amor não dói? A indagação do título é velha conhecida e dá o que falar. É sabido que em alguns casos, a fêmea é a mais perigosa. O tapa pode custar ou salvar uma vida. É também sabido que fêmeas defendem com todas as garras o que é seu. No caso do casal na loja de tintas, espero que o cônjuge varão tenha sido salvo pelo cônjuge virago. Ou seja, que o macho tenha sido salvo pela agressividade da fêmea que, louca de raiva da outra fêmea, de longas pernas, desferiu-lhe o golpe fatal! Dominado o pequeno monstro da manhã, o casal cliente da loja de tintas foi até o posto de saúde mais próximo, temendo que a dona daquelas longas pernas, com marcas brancas, pudesse ser a fêmea traiçoeira do casal Dengue.