Convenções

Homens e mulheres foram criados para se completarem. Assim deveria ser. Mas a educação que recebemos não é bem essa. Para que uma relação dê certo, pensa-se que o homem manda, a mulher se submete. Engana-se quem pensa que isso tenha mudado.

Por mais que as mulheres tenham conquistado seu espaço, ela continua se limitando, dentro das relações conjugais, em função da insegurança que muitos homens ainda sentem, em relação à relativa independência conquistada pelas suas companheiras.

Penso que seja algo inconsciente. Somos educadas para viver à sua sombra. As mulheres que não se deixam tolher acabam mal faladas, porque saem sozinhas, resolvem suas vidas, têm seu próprio círculo de amizades. É cultural. E muito hipócrita, convenhamos.

A maioria das mulheres que ficam viúvas retoma ou cria uma vida nova. Começam a sair, freqüentar os grupos de idosos, ou outros condizentes com sua faixa etária. Saem para dançar. Resgatam um pouco do que deixaram para trás, enquanto estavam de certa forma, amarradas aos seus companheiros.

O mesmo se dá quando de separações. Há um mundo a ser descoberto. Muitas vão com muita sede ao pote e decaem, porque caem nas ciladas do caminho oposto da repressão anterior. Confundem liberdade com libertinagem. Com o tempo, porém, descobrem que essa liberdade é um tanto relativa. Mais uma vez o tempo, acabará lhes mostrando o melhor caminho. Da temperança, do discernimento, da lucidez.

É necessária muita sabedoria para viver com qualidade, essa nova vida. Vale a pena dar-se essa oportunidade. (10/11/2006)