NÃO É "QUEM" MATOU E SIM "O QUE " MATOU...

Andei refletindo sobre o massacre na escola pública do Rio de Janeiro e queria opinar aqui sobre quem matou e feriu aquelas crianças do Realengo! Sabem quem matou as crianças daquela escola municipal?Na verdade não é quem, mas “o que” matou! - A falta de respeito, e de limites nas brincadeiras estudantis, a um pré-adolescente em formação ainda, que carregava uma timidez muito grande e que talvez fosse desestruturado emocionalmente por ter um histórico familiar duvidoso... o destrato por parte das meninas, as chacotas, piadas na época, talvez tenha sido o motivo principal, que "justifique" um número muito maior de meninas do que de meninos mortos por ele. Agora o que mais nos revolta nisso tudo : A morte dos pré-adolescentes que não tinham nada a ver com as humilhações sofridas por ele quando estudou nesta escola...vidas inocentes foram interrompidas e nada, nada, vai trazê-las de volta! E agora fala-se muito da falta de segurança nas escolas. A solução? Detector de metais nos portões...mas vem cá...e o mais importante?... E a humanização de crianças e adolescentes, para uma formação moral, mais abrangente, rica de valores morais para que eles cresçam de um modo saudável e possam desenvolver neles e nos outros a consciência de que gente tem que ser tratado como gente, que cada ser humano, tem o seu jeito próprio de ser e que sua individualidade precisa ser preservada, seja lá como for, com esquisitices ou não; por que isso é dar amor, é respeitar. A estrutura educacional hoje deixa muito a desejar ainda – E infelizmente tem muita gente no lugar errado, exercendo a profissão errada – E as escolas estão cheias de maus professores, somado a isto vem a falta de estrutura e de projetos pedagógicos bons que revitalizem, dinamizem o ensino, provocando tanto aos alunos como aos professores o prazer de estar ali, cada um no seu lugar, estabelecendo uma relação de troca satisfatória e cada vez mais saudável.

Penso que a escola de hoje, deve acordar para o fato de que tem inteira responsabilidade sobre o cidadão que ela forma, e que para isso não precisa só de profissionais, com títulos de mestres e doutores, mas de profissionais embuídos e preocupados na formação humana dessas crianças, contribuindo com uma política de inclusão onde o “DIFERENTE ” tem que ser tratado como "IGUAL", para que outros “welingtons “ não saiam por ai, fazendo vítimas inocentes, por serem ( eles mesmos ) vítimas de suas próprias dores, medos e limitações somadas a falta de compreensão e respeito dos ditos “normais e saudáveis” que estão em sua volta!

É como já disse sabiamente um certo dia, o grande Charles Chaplin: “Mais do que máquinas, necessitamos de humanidade!"

Ou seja, antes de pôr-mos os detectores de metais nos portões, vamos pensar no que está sendo feito para que se evite, que crianças tidas como “diferentes” , esquisitas, muitas até sem referência familiar nenhuma, saiam das escolas, mais “diferentes e esquisitas “ ainda, e depois de crescidas, voltem para serem lembradas como monstros, ( já que eram vistos como tal nos bullyng’s, e assédios morais sofridos) por cometerem atrocidades como estas, por não terem recebido uma atenção maior e mais dígna no tempo em que poderiam ter sido ajudadas, transformadas, acompanhadas e amadas como seres humanos de verdade no comecinho de suas vidas!

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(Janete Fernandes – 08 de Abril de 2011 - um dia depois da tragédia)

Ps 1: Gostaria de deixar bem claro que repudio toda sorte de violência e que em momento algum, estou defendendo a atitute bizarra do ex-aluno Welington de Menezes. Minha intenção é expor aqui minha opinião sobre o que estava por traz das cortinas daquele palco de horrores. E que antes de julgar-mos e colocar-mos rótulos nele, (no "atirador") possamos parar para refletir sobre o que faltou, para que sobrasse tanto ódio, no coração daquele jovem.

Ps 2 - Tudo o que eu falei aqui, foi pensando e me baseando em crianças que desde o incio de sua vida escolar, são vítimas de preconceitos, assédios morais, bullyngs e toda sorte de humilhações, e a prova está aí, de que quando nao se toma providencias cabíveis em tempo oportuno, são tomados isto sim, prejuízos irreparáveis como neste acontecimento horrível que surpreendeu e entristeceu a todos !

JANET FERNANDES
Enviado por JANET FERNANDES em 09/04/2011
Reeditado em 16/04/2011
Código do texto: T2898455
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