LEMBRANDO GARCÍA MÁRQUES
 

Já se faz tarde por aqui e eu diante do mar lembrando García Márquez em “O Veneno da Madrugada”, onde o padre Angel endireitando os botões da batina, com a lânguida atenção de dedos que experimentam as cordas de uma harpa, lembrou-se  das palavras de uma canção: “ O mar crescerá com as minhas lágrimas”.


Não, não, este meu mar não crescerá com as minhas lágrimas, não as derramo, apenas extasio-me com a sua beleza, a sua imensidão, o seu vai-e-vem, comparado aos meus pensamentos, que feito um tsunami quer elevar-se e alcançar todos os sentimentos do mundo e com eles o desejo de  liberdade  para expressá-los num processo de criação, estribada no pensamento de Alceu Amoroso Lima, que afirma:”A liberdade é da essência da arte e a arte é uma intervenção do homem na ordem do universo”.


Só que hoje não existe em mim nenhum desejo de criação, a inspiração se foi e descubro, feito Drummond, que o meu espírito livre está preso ao corpo .                                                                                                                                                                                

 
 
          
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 12/04/2011
Reeditado em 12/04/2011
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