Terapia

Durante a maior parte da minha vida resisti à tentação de fazer terapia. Sempre estive convencida de que não tinha necessidade disso. Era absolutamente segura de mim. Não confiaria meus segredos mais íntimos a ninguém, muitos menos a um ilustre desconhecido. E menos ainda a um conhecido.

Cidade relativamente pequena, meu trabalho me colocava em contato com profissionais da área e embora eu conhecesse a ética profissional, não me exporia, de jeito algum!

Bem diz o ditado popular: “Nunca se diz que desta água não beberei”. Chegou um dia em que percebi que a terapia era a opção mais acertada para me orientar, num momento em que eu estava me sentindo completamente perdida nos meus conceitos e preconceitos.

Como em tudo, necessitamos amadurecer nossas idéias. Não podemos nos fechar hermeticamente em conceitos que nos tolhem. O período da terapia foi relativamente curto. Comecei com um objetivo e assim que o atingi percebi o momento em que poderia continuar sem aquele apoio. A alta foi por sugestão do terapeuta. E eu consegui continuar minha vidinha mais tranqüila.

A terapia me ajudou a reconhecer qualidades e defeitos escondidos. Despertou-me para a auto-análise, a auto-crítica, mas também a necessidade de ser mais benevolente comigo mesma.

Refletindo sobre isso, concluí que tem razão quem diz que quem mais necessita de terapia, é quem pensa que não necessita. (10/11/2006)