Jornais do Vovô

Recebi hoje um presente de meu avô.

Ele veio de Portugal quando era jovem e desde estão recebia jornais de sua terra natal.

Guarda-va-os como se fossem algo mais precioso que ouro, aquilo para ele era a sua memória, lembranças de sua terra natal, recordação de uma vida passada, que o tempo havia levado para a barreira do infinito e do arrependido.

Mamãe dizia que esses jornais são as coisas que vovó mais gosta nessa vida, apesar de tudo que ele possui.

Ontem, me ofereceu esses jornais que ele guardou-os durante anos e anos como se fossem diamantes.

Confesso que não me interresei, mas ao ver o sorriso de meu avó, algo que nunca havia visto antes, um sorriso já meio amarelado, talvez´pela idade ja alcançada, respondi-lhe que adoraria telos comigo.

Ao dizer isso, disse-me entusiasmado o que iria ver neles de interesante, escutei-o atenciosamente, prestanto atenção apenas na alegria que havia deixado para meu avô.

Ao pegar os jornais, já não estavam mais coloridos, estavam ultrapassado, paginas amarelas, alguns tinha até bostinhas de ratos e baratas que por ali passaram muita vezes nesses anos todos.

Até hoje esse jornais permanecem comigo, confesso leitor que nunca os li, nenhum que seja, nem cheguei perto de tentar ler.

Então você deve me perguntar por que peguei esses jornais se não os leio?

Respondo-lhe caro leitor, que simplesmante pelo fato de que com isso, me aproximei mais de meu avô, tive assuntos para falar com ele mesmo sem ler nenhum, pois ele mesmo falava para mim as noticias de lá.

E também pelo fato de ter dado ao meu avô o orgulho de ter pelo menos um neto para assumir sua mais querida herança, seus jornais de Portugal.