A Cultura no Brasil

O investimento na área cultural em nosso país é meramente ínfimo. O Brasil possui cerca de 192 milhões de habitantes e partilha de um PIB, registrado no ano de 2009, de US$ 1,62 trilhões.

Como um homem das artes, sinto-me envergonhado com o rumo que o nosso país vem tomando, visto que a cultura brasileira está mais focada na desmoralização do indivíduo do que no desenvolvimento tecnológico, artístico e acadêmico.

Analisemos, por exemplo, as letras e o teatro. Como um escritor, admito que somos um país livre, que valoriza a intelectualidade como um todo; mas isso está presente apenas no papel, pois a expressão artística não é valorizada na prática. Ou seja, o investimento na cultura não acompanha o crescimento do país. Desta forma, chegaremos a ser um país aculturado. Em outras palavras, enquanto o governo não investe na valorização da língua, por exemplo, somos bombardeados pela língua inglesa, que é disseminada pelo cinema, pelo teatro, pela música, pela informática… E isso é resultado do investimento pesado na cultura norte-americana.

Ao invés do Brasil imperar em sua própria nação, ele é imperado pelo estrangeiro. E isso não é à toa. Nada é acidental!

Autores, cantores, artistas plásticos, atores, enfim, todos que fazem parte da cultura, se veem de frente a uma muralha intransponível quando estão iniciando a sua jornada cultural. Isso ocorre principalmente porque poucos se interessam pelo trabalho focado na cultura e preferem buscar em outras uma forma de lazer, como vemos acontecer no cinema e na música. O que também acontece é que o indivíduo, como parte da massa cultural, se vê obrigado a investir, por conta própria, em seu desenvolvimento, mas carece quase sempre de uma ajuda de custo que poderia vir facilmente do governo.

Todavia, há casos e casualidades. Um pouco do que se faz em meio à politicagem, às vezes é o mínimo. O Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), por exemplo, impacta sobre a arte literária e destina à população acesso público a bibliotecas. O Plano Nacional de Cultura (PNC) visa o planejamento e implementação de políticas públicas de longo prazo voltadas à proteção e promoção da diversidade cultural brasileira (Portal da Cultura – Emenda Constitucional nº 48, 10 de agosto de 2005).

Deve-se induzir também o investimento das empresas privadas na educação e na cultura para que se agreguem valores. A saber: o investimento das empresas privadas, aliado ao Estado, gera um retorno satisfatório, uma vez que o desenvolvimento do país representa o crescimento de toda a massa nele instalada.

A cultura de uma nação é preciosa demais para ser tratada como um projeto político. Ela deveria ser realmente acordada na lei, com os seus créditos e descréditos, ao invés de ser discutida na Câmara, no Senado, nos palanques amarrotados de promessas infundadas.

Faz-se crescer, Brasil! Quando aprenderás o vigor dos teus punhos?