O ELEFANTE DE CONCRETO

O ELEFANTE DE CONCRETO

Joanilson

Campina Grande possui o seu elefante cinza. Falo daquele antigo e inacabado edifício da rua João Suassuna, iniciado, salvo engano, pela família Mota, e até hoje não concluído. Um grande monumento, exuberando a omissão e a incompetência dos gestores públicos e privados. Ele é um desafio de quase quarenta anos. Imponente, desafiador, ameaçador, sólido, mas não incólume, mas não indestrutível, pois com mais de três décadas, certamente um dia irá ruir, vez que toda estrutura de concreto e paredes estão expostas às intempéries, sem o revestimento protetor, fato que poderá ocorrer amanhã ou daqui a mais outros trinta anos, se não tomarem as providências corretas. O certo é que ele está lá.

Todas as manhãs, ao sair para a minha caminhada, contemplo fastidiosamente, da calçada da minha casa, aquele monstro de concreto escurecido pelo tempo e pelo descaso das autoridades, ameaçando a todos os que o rodeiam e a transeuntes ocasionais como eu. Algumas reportagens já foram feitas pela imprensa a respeito dos problemas que poderão ocorrer, possivelmente uma tragédia, caso não se tomem as providências cabíveis, isto é, se conclua ou não a construção daquele velho prédio natimorto, ou se faça a sua implosão pura e simples. O fato é que uma das reportagens realizada pela TV Correio da Paraíba levantou a ocorrência de rachaduras e infiltrações no subsolo e paredes do edifício, exposição das ferragens estruturais, etc, e não se sabe quais as providências tomadas pelas autoridades encarregadas de darem solução ao problema.

Não sei se o CREA e/ou o Ministério Público já se manifestaram a respeito do assunto, mas o certo é que a população, na sua correria do cotidiano, desfila sob a ameaça silenciosa daquele formidável risco, sem se dar conta do iminente perigo, que pode ser de um simples tijolo que se solte e despenque das partes mais altas do prédio, ou até a própria construção inteira, o que seria uma tragédia sem precedentes para esta cidade.

Acho que a Prefeitura Municipal, através de seu órgão competente para o caso, invocando o Código de Edificações, poderia muito bem acionar os proprietários e/ou responsáveis pelo edifício para a solução da questão.

Que me desculpem os elefantes pela comparação, já que eles não oferecem tanto perigo.

Campina Grande, PB, Set 2005.

Joanilson
Enviado por Joanilson em 19/04/2011
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