Esvaziar para encher!
Abrir mão de qualquer coisa é dificílimo...
Mesmo que a coisa já incomode muito.
Mesmo que a tal posse já esteja pesada, uma “mala sem alça”.
Mas, como é mesmo o caminhar sem um trambolho para carregar?
Desapego!
É isso, apega-se até as coisas que só nos incomodam.
Não se quer mais a companhia.
Diverte-se muito melhor sozinho.
Não precisar apresentar a ninguém é um alivio.
Não ter que se preocupar com nenhuma gafe é reconfortante.
Porém, o que se faz com o espaço vazio que fica quando se livra disso?
Deixa esse espaço vazio.
Limpa cada cantinho desse espaço.
Troca o estofado do sofá.
Leva o tapete para a lavanderia.
Ascende um incenso para refazer a energia do ambiente.
Deixa o espaço vazio, limpo e reformado.
As estatísticas dizem que a possibilidade de ser reocupado é grande.
Contudo, para algo novo vir a ocupar esse lugar tem algumas exigências:
Em primeiro lugar é necessário estar vazio (dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço).
Em segundo lugar tem que estar cheiroso, aconchegante e agradável (para não correr o risco de ser um incomodo a ocupá-lo).
Em terceiro lugar há de se pensar com carinho no novo ocupante, imaginá-lo, até mesmo idealizá-lo (com margens a aceitar a realidade). Pensamento atrai.
Bem, sendo assim, vale a pena abrir-se mão do hábito, do vicio, do medo do novo, da incerteza do que virá.
Com algumas atitudes, boa vibração e certeza da capacidade e merecimento, logo haverá uma boa nova companhia.
Enquanto isso fica-se com a gente mesmo, afinal alguém tão decidido e auto alimentável, já é por si uma boa companhia