TROVA COMPUTADORIZADA

A trova eletronicamente pensada, assim falou uma pesquisa.

1º Ato: Pesquisa

Estive pesquisando a palavra "precipuamente" na internet, a princípio sob suspeitas da sua existência e confuso sobre sua real necessidade. No meio da pesquisa me veio uma surpresa muito maior. Ela não apenas existia, como também vinha acompanhada de um site que sugeria outras palavras para usos em rimas. (Poesia, música, etc.)

2º Ato: Futuro à deriva.

O que em muito tempo eu temia está acontecendo. Todas as regras previsíveis que o ser humano pode se prender, a máquina fará mil vezes melhor.

Fazer uma trova, bem ritmada e metricamente perfeita, já é possível com uma máquina previsivelmente programada.

O que me deixa livre para pensar, que poesia de fato não pode ter prisões nem limites. Sigamos.

Ao visualizar a palavra pesquisada com a simetria de todas as outras 20 opções de rimas, me veio a mente o embaralho de possiblidades versadas que podem criar vida, e que podem influenciar formações das mais diversas possíveis, pois vejam, se esta máquina detiver os gostos centralizados em piramides de estatísticas, saberia exatamente quando, como e onde conquistar seu público.

Isso pode ser visivelmente notado no surgimento das redes sociais, tendo em vista as generalizações de grupos que estão criando vida.

Toda essa reflexão, me fez pensar que todas as regras poderão ser dominadas por máquinas, e quanto mais regras, mas autonomia daremos para as programações de possibilidades fechadas.

Logo o que teremos. Máquinas dominando a razão da verdade? E qual será a verdade, preço ou ignorância?

.......Assustador!

3º Ato: Questionamento da razão, Trovas, conclusão.

Sei que virão pessoas defender o processo de criação das trovas com argumentos libertários, naturais do ser, mas infelizmente não existe maior naturalidade do que uma máquina humana. E digo mais, nada é mais humano do que uma máquina. Vejo-a sempre, como um humano melhorado em suas habilidades.

A máquina no repouso da sua cachola, sentada sem reclamar, calculando milhões de possibilidades, relaxada no seu devaneio, faz poesia e pinta a unha, enquanto nosotros nos preocupamos com combinações de café no fogo+camisa para sair+sapato coerente.

É muita desvantagem saber que nossas atividades podem ser eletronicamente perfeitas, ou quem sabe apenas melhores do que nós mesmos podemos fazer.

Dentro de toda essa questão vem a trova, e dentro da trova sai a questão. Máquinas ou Humanos?

Eu escolho a liberdade.