A trajetória do Fluminense na Libertadores 2011 – 1ª Fase

Esclareço, de início, que não sou tricolor. Por favor, evitem preconceito e não desistam de imediato da leitura. Prossigam, ao menos até o final parágrafo seguinte. Sou rubro negro convicto. Uma coisa sempre me intrigou... Ao longo da minha vida, antes de conhecerem meu time, quase todos palpitaram que eu fosse tricolor. Confesso que, seguindo o estereótipo de cada torcida, a confusão não é injusta, mas nunca lidei muito bem com essa troca... “Sou flamengo! Uma vez flamengo, flamengo até morrer!!”

A mídia e a torcida definiram a classificação do Fluminense como “fantástica” “heróica” e usaram outros adjetivos compatíveis. Tudo bem, o time se meteu em situação complicada e conseguiu se superar, mas discordo do senso comum. Sim, foi dificílima, mas por culpa do próprio time, que nada jogou nos primeiros jogos. Ao final, a matemática apontava dificuldades, mas quando o time jogou o esperado, conseguiu as vitórias necessárias. Nada de excepcional, o mínimo esperado para o campeão brasileiro com tanto mérito, que quase se complicou na reta final. E considero o jogo mais difícil esse ano aquele contra o América-mex, com o gol do Deco. Ah, aquele América... Que trauma do Cabañas... Não sabia que era possível um time jogar se defendo 90 minutos, quase tomar vários gols e vencer por 3 a 0. Bom, mas isso é outro assunto....

Todos esses méritos daria ao jogo com o São Paulo, na libertadores do vice campeonato. Vitória sensacional, eletrizante... E a manutenção na primeira divisão. Bom, uma mínima provocação não poderia faltar: lembro que não subiram com méritos da segundona né... Esse elevador 3ª para 1ª é difícil de explicar....

A mídia adorou o slogan “time de guerreiros”. Isso é o sonho de qualquer torcida. Na verdade, o Fluminense mostrou-se absolutamente instável. Em minutos, alterna momentos de futebol exuberante e erros infantis. Nos momentos de alta, sem dúvida bravos guerreiros, mas isso também muda, junto com a capacidade de jogo. Em cinco minutos, tudo é possível, desastre ou viradas lendárias.

O Conca é o grande jogador, mas sua regularidade – sim, esse ano demorou, recuperando-se da cirurgia – não é comum no elenco. Acho que o grande representante é o Fred. Muito potencial, entre contusões, noitadas, grandes jogadas e gols decisivos. Tudo é possível.

O time venceu jogos difíceis e teve muito mérito, porém classificar como milagre é menosprezar o potencial do time. Sinceramente, o Fluminense apenas se redimiu das pífias atuações iniciais. E agora, voltou ao grupo dos favoritos. Não sei como os matemáticos fazem seus cálculos, mas eles valeram pouco para o futebol.

obs. escrevi o texto antes do segundo jogo das oitavas de final. Não esperava a derrota do Fluminense, menos ainda a do Cruzeiro. Coisas do mundo da bola.

Saudações!

ARunning
Enviado por ARunning em 04/05/2011
Reeditado em 04/05/2011
Código do texto: T2949272