Simples de Coração.

A felicidade é simples, não se compra na Oscar Freire...

A felicidade é de uma infantilidade pueril, na redundância do termo, de campinhos de terra batida, largos sorrisos em cima de goiabeiras; bocas lambuzadas...

A felicidade não tem malícia, é o dia-após-dia, o sol brotando e se pondo inexoravelmente...

Ser feliz e um estado de espírito, não uma aquisição que se enche e se dispensa..., como quem pensou em algo bom e logo no primeiro tombo praguejou que nada vale a pena...

O homem verdadeiramente feliz nunca é mal, nunca cogita a maldade, e vice-versa...

O feliz não inveja, pois tem tudo o que precisa dentro de si; não se estressa e nem se deprime, situações opostas à sua condição...

O feliz não pensa no fim e nem se importa com a derrota, eis que todo prazer habita o trajeto, a caminhada...

A tristeza do feliz é uma linha tênue atravessando a lama que leva aos “jardins do paraíso”...

O feliz ama o mundo e a humanidade, por compaixão, empatia e amizade..., jamais dissimula nem dá sorrisos amarelos...

Feliz não se orgulha de ser feliz; sequer tem orgulho...

É tão bom ser feliz que mesmo dentro da infelicidade há regozijo...

Nisso, e por fim, me recordo do relato de um moribundo medieval que morreu de tanta gargalhada quando lhe chamaram um padre e o médico lhe dissera que estava em estado terminal...

Talvez confundiu os termos da frase e achou, em seu estertor, que quem estava em estado terminal era o padre, ou o médico, não ele... Vai saber...

Savok Onaitsirk, 03.05.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 05/05/2011
Código do texto: T2950273
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