Pequena crônica sobre a minha Poesia hoje.

Eu quase sempre fiz uma Poesia intuitiva. A ativação do ouvido e a leitura em voz alta dos versos, que ousei criar, foram os referenciais para os meus poemas. Acreditei, quase sempre, no processo básico da inspiração, da música de fundo, da criatividade e dos sentimentos interiores como “mola propulsora” do meu escrito.

O conhecimento, claro, foi sendo aperfeiçoado pelas leituras e treinamento para com a confecção de versos metrificados, de rimas com classes gramaticais diferentes e de ritmos diversos. Escrevi até hoje, no amadorismo da descoberta. Procurei um caminho próprio e feito por alguém persistente, que teve a coragem de continuar escrevendo textos literários, mesmo que não se possa dizer: - meus professores me incentivaram para a Literatura.

Hoje, a Poesia me pegou, para sempre, e me disse: - cautela, rapaz! Não saia escrevendo tudo como se fosse um maremoto a emergir meu coração de uma onda violenta. E eu escutei a Poesia querer mais que a inspiração primeva, que o rearranjo do texto à métrica, ao ritmo e às rimas corretas e assim, se vê pronto o texto.

Vim caminhando e no decorrer dos anos o verso ficou menos possível, não menos importante. Foram necessárias as pausas para o reorganizar preciso das ideias e o melhor aproveitamento das ideias já postas no papel. Eu pouco escrevo. Será que abandonei o hábito do escritor? Ou fiz a estratégia correta? Do muito se tira o bom poema ou do pouco bem trabalhado é que se constrói o bom poema?

As vezes eu fico meses em silêncio. Meses separado do verso. Além disso, meses ficam esquecidos meus poemas e ao voltar neles, os modifico em medida razoável. Hoje, a Poesia me quer pouco esfuziante e mais praticante da qualidade e veracidade do sentir. Assim, procedo. Alguns poemas sobraram para publicação, do tempo outro, da maior quantidade de escritos em pouco espaço de tempo. E outros, numa quantidade pequena, estão em construção. Talvez, estes, boa quantidade de meses os separarão da publicação, quem sabe se tornem uma obra mais amadurecida, poemas mais significativos, além da humanidade e dos sentimentos belos, que julgo, até o agora, ter nos meus poemas divulgado.

Qualquer luta por reconhecimento é sem valor se a pressa for o requisito, penso eu. Nenhum vencedor terá o reconhecimento do lado da imaturidade. Torna-se preciso experienciar toda a cadeia do conhecimento literário e toda a solidão do mundo para reproduzir uma pequena dúzia de poemas ou centena de versos: cabíveis no itinerário da Poesia de qualidade.

O coração pode e deve aflorar, sempre que necessário! Nós podemos derramar no papel as vicissitudes, as urzes da Vida! Assim, se espera do poeta... Assim, se espera do escritor... Eu apontei na direção do pouco. Não sei se terei o tempo necessário para divulgar o pouco que hoje escrevo de forma justa. O que pouco importa. Eu sou consciente do caminho escolhido. Sobrou-me pouco mais de 20 poemas. Em mais de 2 anos esses pouco mais de 20 pequenos poemas e um conjunto de poetrixes me acompanham. Eu os guardo na sua redoma de silêncio a busca de um resultado satisfatório, da emersão deles de meu novo e pequeno baú poético.

Confesso... Eu não mais escrevo na intenção de ter algum texto para publicar e por isto, talvez, acreditei e estou convicto, que o pouco pode ser mais valioso. Sobra tempo para tornar este meu pouco mais valioso, melhorando a qualidade do meu escrito de até agora. Escrito de eterno aprendiz, apesar, de toda a sinceridade e sentimentos, que creio, nele já se contém.

E assim, eu vivo. Em silêncio, dentro em mim e dentro do poema. Arquitetando, sem sequer utilizar de programações, o que irá ser meu escrito e reorganizando (reconstruindo) o que o Arquiteto Primeiro me ofereceu. Todo verso é um derramamento impossível de ser contido, todavia, possível de reconstrução, e encaminhado pode ser ao que considero, dentro das minhas limitações, o mais bonito para me sentir satisfeito e feliz com o poema pronto. Eu sou exigente por demais comigo mesmo.

Abraços, amigos Recantistas,

Alexandre!