UMA QUESTÃO DE BOM SENSO

É importante na vida a questão do bom senso. Saber chegar, saber sair, saber se comportar nos lugares que você chega. Não se achar a coisa mais importante do mundo e esquecer que existem outros seres, outras pessoas ao seu redor que são merecedoras de usufruir os mesmos direitos e deveres, de forma respeitosa, igualitária e fraterna.

Não se pode querer que as situações estejam na altura do seu umbigo ou que girem ao redor de si. Afinal de contas nada é como estar desenhado na sua imaginação ou mapeado no seu desejo individual, inclusive quando se trata de espaços coletivos ou situações que envolvam indivíduos diversos. Tudo é muito diferente porque as sociedades são construídas por pessoas diferentes, diferentes comportamentos e diferentes formas de pensar, agir e sentir.

O importante saber é que por mais que os seres sejam díspares, a lei da cordialidade, do bom entendimento, da convivência rege o uso da boa maneira, do olhar humano, da percepção do outro como semelhante; as motivações que nos faz perceber a vida na construção do afeto, da energia do outro e assim estabelecer relações mediadas pelos direitos e deveres assegurados por leis estabelecidas para todos. Leis que são acordos que visam o bem estar e o bom relacionamento pelos indivíduos construtores das relações sociais.

Cada cidadão é responsável por si e pelo outro. Não é possível a existência de um sem o outro. Ambos se completam. É a partir destas relações que se aprende a desenvolver a vida. É bem verdade que não se pode querer impor atos de vida ou vivências por motivações privadas, pertinentes para alguns e para outros não. O respeito à individualidade alheia é imprescindível, embora se saiba que uma não existe sem a outra: o individual é fruto do coletivo e este só existe por causa daquele. É aí que nasce o bom senso. Este como mediador da possibilidade de entendimento, de compreensão, de gratidão e respeito. É uma questão de exercício diário.

Querer que os outros comunguem de forma autoritária com a sua verdade é querer implantar a discórdia e a falta de entendimento. A sociedade não acontece desta forma. As situações se estabelecem pela persuasão, compete aos que exercitam os atos de fala convencer aos demais de suas verdades sem que haja imposição.

Para isto é preciso o exercício diário do diálogo, do entendimento e dos atos de interação social. Somos frutos das nossas escolhas e se tornou urgente escolhermos o bom senso, as boas relações, a convivência do respeito e da interação de dizer que a nossa vida não acaba onde a do outro começa, ao contrário, é tempo de dizer que as nossas vidas se confundem, se fundem e que não haja muros de divisas entre os seres.

O Bom senso acontece quando há possibilidade de troca de experiência, seja ela cultural, social, histórica. Exercite. Come por você, come revendo os conceitos que foram construídos ao longo de toda uma vida. Veja o outro e se perceba, se perceba e perceba o outro da sua convivência ou mesmo da convivência que você acha que não é a sua... É só uma questão de bom senso.