Ano 2000 em Jerusalém

Quando tinha meus 9, 10 anos, costumava perguntar: "onde vou estar no ano 2000, comemorando meu aniversário de 34 anos?

Que preocupação antecipada, hein? Nem adolescente eu era.

O ano 2000 chegou. Em janeiro li um livro de mensagens bíblicas e, no final, havia um mapa de Jerusalém.

Uma noite, uma foto de um caminho estreito no Monte das Oliveiras com a cidade ao fundo me chamou a atenção. Parecia muito familiar. Vi o mapa e comecei dizer: "é, esse caminho vai dar aqui mesmo no Monte das Oliveiras. Se eu for por aqui vou chegar a tal lugar. Esse local fica aqui mesmo", etc.

Era como se eu já conhecesse o lugar. Eu não estava vendo um mapa e imaginando. Eu estava lembrando do lugar. E eu nunca havia estado lá. Nem em outra vida, porque eu tenho certeza que só tive e só vou ter essa aqui, e depois, espero ser arrebatado (ir para o céu sem morrer, depois eu explico).

Agora entendo que o Senhor estava me preparando naquele ano para ir ate a Terra Santa.

E foi o que aconteceu. Em outubro de 2000 a semana da Festa dos tabernáculos em Israel aconteceu em outubro, mês do meu aniversário.

Na véspera do meu aniversário, almoçamos pizza, coisa à qual não sou muito chegado. Comi um pedaço caro, duro, frio e sem gosto.

No dia seguinte eu completei 34 anos. Quando soube que iríamos almoçar na mesma pizzaria, me indignei:

- Senhor, no meu aniversário, o mais esperado por mim, logo aqui em Jerusalém, eu vou almoçar aquela pizza? Por favor, isso não se faz.

A programação do dia incluía o Instituto Bíblico.

Feliz "Jesuscidência": lá eram feitas várias reconstituições de objetos e cenas da época de Jesus, entre elas uma réplica do poço de Jacó e uma simulação da última ceia, com comidas, bebidas e futas da época de Jesus. E quem participava da ceia éramos nós, os visitantes, dispostos ao redor da mesa como naquela época. Uma mesa bem baixinha, nada igual ao quadro de Da Vinci.

Aleluia! Foi o melhor almoço de aniversário que eu já tive. Pela primeira vez tomei sopa de lentilhas, uma delícia.

Mas, Jesus ainda guardava uma surpresa maior pra mim. O guia turístico do instituto explicava cada momento, cada representação de alimento e cada posição e local em que Jesus e os discípulos ficavam.

Quando ele falou o local, à mesa, onde Jesus provavelemente havia sentado, ele apontou com a mão e disse:

- O local mais provável onde Ele ficou foi aquele alí, onde está o rapaz de óculos.

O rapaz era eu.

Que presente!