A primeira escola.
Minha mãe me levou pela mão num lugar que tinha um corredor enorme, o piso e as paredes eram brancos, a lâmpada era muito bonita mas ficava lá “encimão”.
Uma mulher com uma roupa esquisita, muito comprida, escura e branca, tinha um pano na cabeça, veio conversar com a minha mãe, não entendi o assunto... Só ouvi quando minha mãe disse jardim e falou a minha idade,quatro anos quase cinco...Eu estava mais preocupada em observar o tamanho do corredor, das lampadas e de um montão de portas, era tudo muito grande.
A mulher falava baixinho e foi chegando perto de mim, querendo me agradar.
Mais que depressa me escondi atrás da minha mãe, nunca vi aquela mulher e agora ela vinha querendo me dar beijinho...
Ela insistia... Que raiva!
Fiquei contente quando saímos de lá, descemos as escadarias, quando olhei para trás, vi que tinha uma porta enorme!
Depois disso fomos fazer compras, numa loja que eu já tinha ido com a minha mãe.
Ganhei uma saia da cor da roupa da mulher, uma blusa e meias novas, um lindo sapatinho preto de verniz com uma tira em cima do pé presa por um botãozinho, achei lindo, umas fitas bem fininhas...
Ao chegarmos em casa minha mãe pendurou tudo num cabide e colocou ao lado da minha cama...
-----------------------------------------------------------------------------
Vou tomar café e depois brincar no quintal.
Mamãe está me chamando.
O que será que ela quer?
-Venha tomar banho.
O que está acontecendo? Nunca tomei banho de manhã...
Ela me dá banho me veste com as roupas que comprou, penteia meus quatro fios de cabelos e amarra com as fitas.
Gosto dos sapatos, brilham muito...
Tomo todo o leite com pão, manteiga queijo, bolo, estou com a barriga cheia!
Mamãe tranca a porta de casa e me pega pela mão, acho que vamos passear...
Ela fala sem parar que eu já sou uma mocinha e tenho que estudar, que vou ficar num lugar bem bonito, com muitas árvores e outras crianças para brincar, mas eu nem escuto, estou preocupada em não sujar meus sapatos nas pedras e na poeira...
Nossa, olha aquela porta enorme outra vez...
Porque estou aqui outra vez, a mulher é amiga da minha mãe?
A mulher esta vindo.
Pega na minha mão e diz que vamos brincar...
Minha mãe me beija...
Saí e facha a porta,ela foi embora!
Grito, choro,esperneio, meu nariz escorre, estou com a cara lambuzada de chorar,quero sair , ficar com a mamãe.
Eu quero minha mãe, cadê a minha mãe?
A mulher me leva para uma sala, limpa meu rosto e meu nariz.
Aqui tem outras meninas do meu tamanho, algumas estão chorando como eu, mas não gritam tanto!
Sentada num banco perto de uma mesinha, olho pelo vitrô da janela...
Vejo uma sombra! [
É ela, é minha mãe, a cor da roupa é da cor do vestido dela, vou fugir daqui...
Corro.
A mulher me segura!Que raiva mordo ela mas não acerto.Vou contar tudo para meu pai.
Agarro no vidro e chamo minha mãe!
Essa bruxa não me deixa sair, ela está brava comigo...
Ela me agrada,me chama de querida, mas não quero ficar aqui!...
Deito na mesa,estou cansada, com fome e com sono...
Por que essa mulher me acordou?
Hummm,que doce lindo que ela me dá, e um copão de suco de laranja, uma delicia, nem minha mãe não sabe fazer isso...
Quero mais doce, será que ela dá?
”Moça quero mais doce”,ela me dá mais um pedaço.
Depois chama a gente para um lugar bem grande,ela diz que é o pátio, gostei dele, dá para brincar bastante.
Aquelas meninas estão me chamando para brincar de bola...
Tô suada, com sede e cansada de tanto correr...
Acho que bebi água demais, minha barriga tá dura!
Puxa vida que campainha é essa que dói nos meus ouvidos?
Ai meu Deus lá vem a mulher outra vez, está chamando todo mundo...
Ela quer que gente fique parada uma atrás da outra...
Ela se abaixa e dá um beijinho em cada uma de nós...
Nossa, ela abriu a porta enorme...
Quanta mulher lá fora na escada...
Minha mãe...
Ela está aqui!
Agarro no pescoço dela, vou para casa, nem quero olhar para trás...
--------------------------------------------------------------------------.
Quando meu pai chegou à tardezinha me abraçou e quis saber o que eu tinha feito na escola.
Ahhh!Então era aquilo que era a escola?
Bem que eu via muitas crianças sempre juntas carregando umas malas pequenas e iam brincando e rindo para os lados de cima da minha rua, elas iam para uma casa grandona, mas a roupa delas era diferente da minha,era um casaco branco meio comprido...Lá era a escola,mas não era a minha, será que tinha muitas escolas?
Contei ao meu pai que tinha chorado, gritado, brincado e comido uma coisa bem gostosa, chamada “trude” com gosto de maçã.
Ele riu muito e me deu de presente um lápis de bichinhos e uma borracha bem molinha, disse que era dele e que tinha guardado muito tempo, especialmente para me dar quando eu fosse para escola; ela tinha o desenho azul de um homem com capacete, meu pai disse que o nome dele era Mercúrio, (mas isso não era o que minha mãe passava nos meus machucados?). Explicou que o nome do doce não era trude, mas apfelstrudel , que era feito de maçã e canela,disse que ele também gostava e me pediu que lhe trouxesse um pedaço da próxima vez.
Fiquei pensando desconfiada...
Como eu iria trazer um pedaço para ele...
Estava muito cansada quando fui dormir, mas pensei aliviada, ainda bem que já tinha ido à escola, não precisava mais ir, dessa eu estava livre, quando acordasse podia ir brincar o dia todo como sempre.
Acordei feliz, mas quando depois do café minha mãe me chamou para tomar banho...
Não tive dúvidas, sumi para o fundo do quintal...
Só escutava a voz dela de longe me chamando.
(Vou ficar bem quietinha, escondida aqui atrás do pé de mandioca...)
.
M.H.P.M.
Minha mãe me levou pela mão num lugar que tinha um corredor enorme, o piso e as paredes eram brancos, a lâmpada era muito bonita mas ficava lá “encimão”.
Uma mulher com uma roupa esquisita, muito comprida, escura e branca, tinha um pano na cabeça, veio conversar com a minha mãe, não entendi o assunto... Só ouvi quando minha mãe disse jardim e falou a minha idade,quatro anos quase cinco...Eu estava mais preocupada em observar o tamanho do corredor, das lampadas e de um montão de portas, era tudo muito grande.
A mulher falava baixinho e foi chegando perto de mim, querendo me agradar.
Mais que depressa me escondi atrás da minha mãe, nunca vi aquela mulher e agora ela vinha querendo me dar beijinho...
Ela insistia... Que raiva!
Fiquei contente quando saímos de lá, descemos as escadarias, quando olhei para trás, vi que tinha uma porta enorme!
Depois disso fomos fazer compras, numa loja que eu já tinha ido com a minha mãe.
Ganhei uma saia da cor da roupa da mulher, uma blusa e meias novas, um lindo sapatinho preto de verniz com uma tira em cima do pé presa por um botãozinho, achei lindo, umas fitas bem fininhas...
Ao chegarmos em casa minha mãe pendurou tudo num cabide e colocou ao lado da minha cama...
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Vou tomar café e depois brincar no quintal.
Mamãe está me chamando.
O que será que ela quer?
-Venha tomar banho.
O que está acontecendo? Nunca tomei banho de manhã...
Ela me dá banho me veste com as roupas que comprou, penteia meus quatro fios de cabelos e amarra com as fitas.
Gosto dos sapatos, brilham muito...
Tomo todo o leite com pão, manteiga queijo, bolo, estou com a barriga cheia!
Mamãe tranca a porta de casa e me pega pela mão, acho que vamos passear...
Ela fala sem parar que eu já sou uma mocinha e tenho que estudar, que vou ficar num lugar bem bonito, com muitas árvores e outras crianças para brincar, mas eu nem escuto, estou preocupada em não sujar meus sapatos nas pedras e na poeira...
Nossa, olha aquela porta enorme outra vez...
Porque estou aqui outra vez, a mulher é amiga da minha mãe?
A mulher esta vindo.
Pega na minha mão e diz que vamos brincar...
Minha mãe me beija...
Saí e facha a porta,ela foi embora!
Grito, choro,esperneio, meu nariz escorre, estou com a cara lambuzada de chorar,quero sair , ficar com a mamãe.
Eu quero minha mãe, cadê a minha mãe?
A mulher me leva para uma sala, limpa meu rosto e meu nariz.
Aqui tem outras meninas do meu tamanho, algumas estão chorando como eu, mas não gritam tanto!
Sentada num banco perto de uma mesinha, olho pelo vitrô da janela...
Vejo uma sombra! [
É ela, é minha mãe, a cor da roupa é da cor do vestido dela, vou fugir daqui...
Corro.
A mulher me segura!Que raiva mordo ela mas não acerto.Vou contar tudo para meu pai.
Agarro no vidro e chamo minha mãe!
Essa bruxa não me deixa sair, ela está brava comigo...
Ela me agrada,me chama de querida, mas não quero ficar aqui!...
Deito na mesa,estou cansada, com fome e com sono...
Por que essa mulher me acordou?
Hummm,que doce lindo que ela me dá, e um copão de suco de laranja, uma delicia, nem minha mãe não sabe fazer isso...
Quero mais doce, será que ela dá?
”Moça quero mais doce”,ela me dá mais um pedaço.
Depois chama a gente para um lugar bem grande,ela diz que é o pátio, gostei dele, dá para brincar bastante.
Aquelas meninas estão me chamando para brincar de bola...
Tô suada, com sede e cansada de tanto correr...
Acho que bebi água demais, minha barriga tá dura!
Puxa vida que campainha é essa que dói nos meus ouvidos?
Ai meu Deus lá vem a mulher outra vez, está chamando todo mundo...
Ela quer que gente fique parada uma atrás da outra...
Ela se abaixa e dá um beijinho em cada uma de nós...
Nossa, ela abriu a porta enorme...
Quanta mulher lá fora na escada...
Minha mãe...
Ela está aqui!
Agarro no pescoço dela, vou para casa, nem quero olhar para trás...
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Quando meu pai chegou à tardezinha me abraçou e quis saber o que eu tinha feito na escola.
Ahhh!Então era aquilo que era a escola?
Bem que eu via muitas crianças sempre juntas carregando umas malas pequenas e iam brincando e rindo para os lados de cima da minha rua, elas iam para uma casa grandona, mas a roupa delas era diferente da minha,era um casaco branco meio comprido...Lá era a escola,mas não era a minha, será que tinha muitas escolas?
Contei ao meu pai que tinha chorado, gritado, brincado e comido uma coisa bem gostosa, chamada “trude” com gosto de maçã.
Ele riu muito e me deu de presente um lápis de bichinhos e uma borracha bem molinha, disse que era dele e que tinha guardado muito tempo, especialmente para me dar quando eu fosse para escola; ela tinha o desenho azul de um homem com capacete, meu pai disse que o nome dele era Mercúrio, (mas isso não era o que minha mãe passava nos meus machucados?). Explicou que o nome do doce não era trude, mas apfelstrudel , que era feito de maçã e canela,disse que ele também gostava e me pediu que lhe trouxesse um pedaço da próxima vez.
Fiquei pensando desconfiada...
Como eu iria trazer um pedaço para ele...
Estava muito cansada quando fui dormir, mas pensei aliviada, ainda bem que já tinha ido à escola, não precisava mais ir, dessa eu estava livre, quando acordasse podia ir brincar o dia todo como sempre.
Acordei feliz, mas quando depois do café minha mãe me chamou para tomar banho...
Não tive dúvidas, sumi para o fundo do quintal...
Só escutava a voz dela de longe me chamando.
(Vou ficar bem quietinha, escondida aqui atrás do pé de mandioca...)
.
M.H.P.M.