Daquilo que queremos

Como é gostoso o dia com nossas crianças, suas traquinagens e perguntas sempre precedidas de por quês. Meus amores têm entre quatro e seis anos, fases diferentes de aprendizagem, crescimento e maturidade. A casa vive numa bagunça constante por causa de seus brinquedos espalhados, personalidades também são distintas. Em alguns momentos uma parece mãe da outra, em dadas circunstâncias são amissíssimas; outras são rivais.

Érika minha querida caçula vive cantarolando e montado um quebra-cabeça de uma vida imaginária, suas brincadeiras têm um mover próprio, lúdico. Ela já adquiriu outros nomes, já quis ser chamada de Duda, tem uma irmã que vive em sua fantasia como habitante de uma casa rosa toda enfeitada de flores e quarto rosa. Minha magrela inventa suas próprias brincadeiras, monta um mundo tão contagiante que invariavelmente ficamos a admirá-la, é difícil contê-la pois corre como se tudo fosse imediato, se machuca pois bate a cabeça na parede e nunca enxerga que a mesa se tornou menor que ela (Minha marota sempre acha que pode atravessar a mesa sem sequelas).

Maria Luysa a mocinha é a questionadora, quer explicações para tudo.

Dia desses pedi a ela que me acompanhasse para levar a irmã a pediatra, ao entrar no consultório e ver a médica perguntar sobre o quadro de saúde da Érika se antecipou e contou o quadro de febre e resfriado; a médica pediu então para examinar a Érika e solicitou que sua roupa fosse tirada no que Maria Luysa logo questionou "O que você vai fazer com minha irmã?

A Maria Luysa gosta de conversar, que lhe expliquem as coisas, gosta também de estar sempre arrumada e ser elogiada, por causa disso as vezes se torna um pouco insegura.

Nosso cotidiano é basicamente entender as distinções das nossas filhas e escutar as mesmas perguntas que enchem nossos ouvidos de satisfação:

-Onde tá o papai?

-Coloca no joguinho?

-Posso tomar um leitinho?

-Por quê a Érika é divertida?

-A Lu também é um bebê?

-Mamãe você vai ficar velhinha?

-E o papai?

-Posso liga o viticulador? (ventilador)

-A gente quer fiverante (refrigerante), você me dá?

-Vamo dormir, vocês vão orar?

-Ora pelo nosso futuro?

-E os sonhos?

-Esqueci de fazer xixi, posso?

E sempre depois de muita reprimenda e solicitação para que durmam é que finalmente nossas ferinhas caem no sono para novamente as seis horas da manhã de um outro amanhecer recomeçarmos sempre .