Um domingo de sol

Foi um domingo bom com muito sol. Lembrou-me uma tarde de verão, solta, livre sem obrigações. Aqui em Porto Alegre, atualmente, são raros os dias de sol e calor, pois estamos entrando no inverno. Chove muito, é frio de doer os ossos. Há de brisa até a ventania e o tal minuano que zune nas janelas a noite. Mas, hoje o sol brilhou o dia inteiro, calmo e sereno sem ventos. Não saí de casa, porém senti o sol se alastrando pelas ruas, casas e entrando nas minha janelas, uma delicia.

Sou uma criatura movida a sol, sofro se ficar muito tempo sem sentir a claridade. Dizem que há explicações cientificas pra isso. Sei lá, se isso é verdade, odeio esclarecimentos racionais, eu gosto somente de sentir. Alias, às vezes, sinto em demasia e sofro intensamente por isto. Mas, quando tem sol, tudo fica mais fácil, as dores mesmo sendo de amor ficam com sabor ( que rima infame).

Ao final do dia, pensei, que pena com todo este sol, eu não sai de casa. porém, não me importei, foi um dia simples de rotina caseira de quem tem filhos, casa e trabalha muito a semana inteira. Não consigo parar de fazer rima ( caseira,inteira) é minha alma de poeta me chamando ( faz uma poesia, para com esta prosa). Sei que a rotina no mundo atual é palavra proibida, temos que inovar, ser diferente, desigual, diverso. Eu adoro um mundo simples, rotina, cotidiano, arroz com feijão. Ninguém acredita quando digo do meu amor pela vida comum, dão risadas, os alunos então, tiram a maior onda, logo tu cheia de estilo, sora!!!

Enfim, um lindo dia de sol, um dia de vida prosaica, pueril sem brigas, debates ou decisões. Apenas um dia banal perdido entre tantos dias, meses, anos que se perdem em confusões infinitas. Às vezes, a vida vai nos tragando e não nos deixa ver tantas coisas boas, suaves vindas de acontecimentos que fazem parte de momentos triviais. Como um belo dia de sol num domingo qualquer.

Isa Piedras- 22/05/2010