Passeios

Gosto de viajar de ônibus. Para mim, é uma terapia. Até algum tempo atrás, fazia-o com freqüência. Agora, mais raramente, por diversos motivos.

Enquanto aguardava a saída do ônibus, na rodoviária, observava as idas e vindas das pessoas. Alguns quase correndo, outros com muita calma. Aposentados, que nada têm para fazer, sentam nos bancos e ficam puxando conversa, às vezes um tanto inconveniente.

Outros sentam com olhar distante, pensando sei lá em que. Garotas enfeitadas, trocando confidências, riem olhando para os lados, antevendo o passeio pelo shoping da cidade vizinha.

Malas, pacotes, mochilas, caixas, tudo serve para colocar a bagagem. Muitas vezes fiquei ensimesmada com esse detalhe. Famílias, três ou quatro pessoas, carregando uma maletinha, ou mochila, em que mal caberia um par de sapatos e algumas roupas, continha toda sua bagagem. Ainda que o passeio dure somente o final de semana, viajar com crianças, principalmente, para mim, exigiria mais bagagem.

Cheguei à conclusão, que a exagerada sou eu.Leva-se somente o calçado que estamos usando. Uma muda de roupa íntima, camiseta para dormir, (precisa?), mais uma blusa ou camiseta. Pronto, cabe toda bagagem da família, numa bolsa pequena. E menos roupa para lavar, na volta.

Observando ainda, fico refletindo sobre quem são as pessoas. O que fazem? Como vivem? Têm sonhos? Algumas conversam durante a viagem, meio que gostando da idéia de estarem sendo ouvidas. Ouve-se cada coisa! É divertido e também aprendo sobre como vivem e sonham as pessoas.

Quando chego de volta ao meu canto, agradeço mais uma vez a Deus por me permitir viver num mundo tão cheio de lições, espalhadas por todos os lados, entre todos os tipos de pessoas.